2/28/2014

Um Gênio!?

Um açougueiro estava em sua loja e ficou surpreso quando um cachorro entrou.
Ele espantou o cachorro, mas logo o cãozinho voltou. Novamente ele tentou espantá-lo, foi quando viu que o animal trazia umbilhete na boca.
Ele pegou o bilhete e leu: - 'Pode me mandar 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor. Assinado:'
Ele olhou e viu que dentro da boca do cachorro havia uma nota de 50 Reais.
Então ele pegou o dinheiro, separou as salsichas e a perna de carneiro,colocou numa embalagem plástica, junto com o troco, e pôs na boca do cachorro.
O açougueiro ficou impressionado e como já era mesmo hora de fechar o açougue, ele decidiu seguir o animal.


O cachorro desceu a rua, quando chegou ao cruzamento deixou a bolsa no chão, pulou e apertou o botão para fechar o sinal. Esperou pacientemente com o saco na boca até que o sinal fechasse e ele pudesse atravessar a rua.
O açougueiro e o cão foram caminhando pela rua, até que o cão parou em uma casa e pôs as compras na calçada. Então, voltou um pouco, correu e se atirou contra a porta. Tornou a fazer isso.
Ninguém respondeu na casa.
Então, o cachorro circundou a casa, pulou um muro baixo, foi até a janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes. Depois disso, caminhou de volta para a porta, e foi quando alguém abriu a porta e começou a bater no cachorro.
O açougueiro correu até esta pessoa e o impediu, dizendo:
-'Por Deus do céu,o que você está fazendo? O seu cão é um gênio!'
A pessoa respondeu: - 'Um gênio? Esta já é a segunda vez esta semana que este estúpido ESQUECE a chave !!!'
Moral da História:
Você pode continuar excedendo às expectativas, mas para os olhos de alguns, você estará sempre abaixo do esperado'
Qualquer um pode suportar a adversidade, mas se quiser testar o caráter de alguém, dê-lhe o poder.
Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:
Amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic.
Quem conhece os outros é inteligente. Quem conhece a si mesmo é iluminado. Quem vence os outros é forte. Quem vence a si mesmo é invencível

2/27/2014

Quando chegar a hora!

Quando é momento certo de se iniciar na religião dos Minkisi? Onde fazer? Com quem? Será que esse é meu Nkisi?

São essas as dúvidas que latejam na cabeça de quem está para se iniciar no candomblé e acreditem elas são pequenas em vista das que surgiram no seu caminho rumo a espiritualidade. Como eu digo, Fé não se ensina apenas se orienta e é para isso que nós zeladores existimos, para encaminhar e cuidar dos mona nkisi como se fosse nossos.

Cada um tem seu momento certo de conhecer o mistério do nkisi e não existe regra genérica, pois somos únicos, para alguns, isso acontece até mesmo antes de nascer e para outros o tempo certo só chega já na maturidade.

Hoje existem um número grande de casas de santo e a dúvida onde se iniciar é ainda maior que nos tempos de minha bisavó. Mesmo que o nkisi te indique o lugar, a escolha é sua, afinal temos livre arbítrio, mas para ajudar na escolha eu sugiro que você tenha uma conversa franca com o zelador(a) do inzó, firme um contrato verbal baseado no comprometimento e na verdade mútua, pois ter confiança nessa pessoa será essencial, afinal seu mutué estará nas mãos dele (a) e ele(a) responderá por sua vida espiritual, essa que é alicerce para as demais áreas, como amor, financeira e etc.

Você que está nesse momento, saiba que todos passamos por isso e que os minkisi são maravilhosos, mas a religião é feita de pessoas, e como em qualquer lugar, você terá que se adaptar e buscar conquistar seu espaço. Pense, reflita mas não desista do nkisi, pois ele nunca desistirá de você.
Quando é momento certo de se iniciar na religião dos Minkisi? Onde fazer? Com quem? Será que esse é meu Nkisi?

São essas as dúvidas que latejam na cabeça de quem está para se iniciar no candomblé e acreditem elas são pequenas em vista das que surgiram no seu caminho rumo a espiritualidade. Como eu digo, Fé não se ensina apenas se orienta e é para isso que nós zeladores existimos, para encaminhar e cuidar dos mona nkisi como se fosse nossos.

Cada um tem seu momento certo de conhecer o mistério do nkisi e não existe regra genérica, pois somos únicos, para alguns, isso acontece até mesmo antes de nascer e para outros o tempo certo só chega já na maturidade.

Hoje existem um número grande de casas de santo e a dúvida onde se iniciar é ainda maior que nos tempos de minha bisavó. Mesmo que o nkisi te indique o lugar, a escolha é sua, afinal temos livre arbítrio, mas para ajudar na escolha eu sugiro que você tenha uma conversa franca com o zelador (a) do inzó, firme um contrato verbal baseado no comprometimento e na verdade mútua, pois ter confiança nessa pessoa será essencial, afinal seu mutué estará nas mãos dele (a) e ele (a) responderá por sua vida espiritual, essa que é alicerce para as demais áreas, como amor, financeira e etc.

Você que está nesse momento, saiba que todos passamos por isso e que os minkisi são maravilhosos, mas a religião é feita de pessoas, e como em qualquer lugar, você terá que se adaptar e buscar conquistar seu espaço. Pense, reflita mas não desista do nkisi, pois ele nunca desistirá de você. Mukuiu

2/26/2014

O que acham disso?

Na última década houve um exacerbado aumento de Sacerdotes no Candomblé, sobretudo, aqueles que se tornaram Ìyálòrìsàs/Babalòrìsàs, imediatamente após terem concluído sua obrigação de sete anos. Mas será que somente a obrigação de sete anos outorga a um iniciado o direito ao sacerdócio? A resposta é não, vejamos por que.

Criou-se nos últimos tempos, o indevido paradigma de que ao completar a obrigação de sete anos, o iniciado poderá instaurar o exercício do sacerdócio. Fato é que o sacerdote não nasce quando do término da sua obrigação de sete anos, mas muito antes, quando do seu nascimento. Na rica e bela cultura dos Òrìsàs, acreditamos que trazemos para o Aye (terra), a missão de nossas vidas acordada ainda no Orùn (céu). Em linhas gerais, isso quer dizer que a pessoa traz a missão de se tornar um sacerdote já no seu nascimento, isso está cravado irreversivelmente no seu destino, eles são os Omo Bibi (os bem nascidos).

Dessa forma, as pessoas que são “consagradas sacerdotes”, somente por terem completado o ciclo de sete anos, mas que não traz impresso no seu destino essa missão, poderá causar sério prejuízo a si mesmo e, principalmente aos seus seguidores.

Um Sacerdote de Òrìsà, além de obviamente zelar pela Divindade, zela pelos filhos dessas Divindades, ou seja, o sacerdote cuida de pessoas. É muito importante destacar esse ponto: “O Sacerdote cuida de Òrìsàs, de Pessoas. Ele cuida de Cabeças”. Nesse sentido, vale salientar que a obrigação de sete anos é um passo muito importante na vida de qualquer Omo Òrìsà e condição sine qua non para um futuro sacerdote, mas não é a obrigação de sete anos que tornará um Omo Òrìsà em sacerdote. Isso deve ser claro a todos.

Mas se não é a obrigação de sete anos que outorga o sacerdócio a um iniciado o que é então? Como dito acima, isso está impresso na memória ancestral daquele indivíduo, ele traz consigo essa missão do Orùn, que será revelada por meio do oráculo ou por voz pessoal do Òrìsà. Em uma primeira leitura, isso pode parecer utópico, no entanto, vamos lembrar a consagração sacerdotal de alguns dos mais importantes nomes do Candomblé.

A reverenciada Ìyálòrìsà do Opo Afonjá, Mãe Senhora de Òsun, recebera a navalha que fora de sua avó Ìyá Oba Tosí, ainda na sua iniciação, sendo que sua Ìyálòrìsà Mãe Aninha, anteviu que ela seria uma sacerdotisa. A querida Ìyálòrìsà do Gantois, Mãe Menininha, foi consagrada Ìyálòrìsà pelos Deuses, que a escolherem e a sentaram no trono do Ile Iya Omi Ase Iyamase, sem a interferência humana. Na nossa casa, o Terreiro de Òsùmàrè, nosso amado Pai Pecê, foi indicado como futuro Babalòrìsà logo no seu nascimento, sendo carregado no barracão pelo Òrìsà Ògún de sua Avó, a inesquecível Mãe Simplícia.

Não queremos em momento algum, dizer que a consagração dos sacerdotes deve ocorrer nos parâmetros mencionados, mas queremos sim dizer que é necessária uma consulta muito acurada ao jogo de búzios, questionando aos Òrìsàs se aquela pessoa realmente deverá ser consagrada sacerdote. É preciso saber se aquela pessoa realmente foi escolhida pelos Òrìsàs para ser um Babalòrìsà ou Ìyalòrìsà, isso é algo muito sério.

Aqui em Salvador, por exemplo, há muitos Egbon (Omo Òrìsà com suas obrigações de 7 anos completadas, mas não consagrados sacerdotes). Esses Egbon, antiguíssimos e de conhecimento requintado da Religião dos Òrìsàs não se tornaram Babalòrìsàs/Ìyálòrìsàs por um único motivo, a saber: Não carregam nos seus destinos essa missão. Esses antigos são felizes por serem Egbon, são felizes por zelar pelos Òrìsàs na casa onde foram iniciados. São felizes por serem consultados pelos mais novos, sobre as histórias do povo antigo. São felizes por dizer: “Eu sou egbon da Casa A ou B”.

Quando questionados por muitos a razão de não serem Babalòrìsàs/Ìyálòrìsàs, eles imediatamente respondem: “Oh meu filho, eu não nasci com essa missão não, minha missão é ajudar a casa onde eu me iniciei”. Alguns inconformados reiteram: “Mas com tanto saber, você tinha que ser sacerdote”. Esses antigos Egbon, por sua vez, no elevado grau de sabedoria, acumulada ao longo de anos, finalizam a conversa dizendo: “Oh meu filho, saber é o de menos, é preciso nascer para ser”...

Que Òsùmàrè Arákà esteja sempre olhando e abençoando todos!!!
Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó

2/25/2014

A palestra


A Palestra - Caboclo Ubirajara

O Caboclo Ubirajara já estava para começar sua breve palestra à todos que se encontravam naquela casa de Umbanda, tanto a assistência quanto o corpo mediúnico, antes de se iniciarem os trabalhos espirituais pertinentes a gira.
A entidade possuía praticamente dois metros de altura, face enrugada, olhos castanhos, sinceros,bondosos, mas que despertavam ordem e denotavam imensa autoridade moral.
Vestia-se como se fosse um silvícola de terras brasileiras, entretanto possuía um cocar em sua cabeça formado por penas douradas e possuía incrustado na fronte, na região correspondente ao terceiro olho, um cristal de cor azul-escuro no formato de um losango.
Calei minhas observações e procurei abrir meu coração para escutar a prédica do Senhor caboclo Ubirajara que se iniciaria naquele exato momento.
─ Boa noite meus filhos! Este caboclo os saúda e se alegra com vossa presença nesta tenda de caridade que é de vocês mesmos.
─ A palavra deste caboclo é curta, mas antes preciso relatar a vocês um certo costume existente na tribo a que pertenci quando fui um índio brasileiro em minha última encarnação, há seis séculos.
─ Em nossa tribo, quando recebíamos a visita de alguma tribo vizinha, nós usávamos as “panelas” mais velhas para cozinhar e emprestávamos os nossos ”pratos” mais velhos para eles cearem conosco, enquanto que nós ficávamos com os mais novos.
A assistência entreolhou-se espantadamente pensando que este costume era um tanto quanto esquisito e devo confessar que o corpo mediúnico entreolhou-se da mesma forma, mas a entidade continuou sua preleção dizendo:
─ Aos olhos de vocês este parece um costume um tanto quanto estranho se comparado aos tempos modernos, não é verdade?
Todos esboçaram um sorriso na face como se respondessem afirmativamente à pergunta da entidade.
─ Mas este caboclo vai tentar explicar a vocês a lógica por trás deste procedimento que, à primeira vista, parece mesmo “de outro mundo”:
─ Na nossa tribo as “panelas” e “pratos” mais velhos eram aquelas que haviam sido mais utilizadas por nós ao longo do tempo; ou seja, eram os nossos utensílios culinários mais queridos; e ofertá-los às tribos que nos visitavam era uma demonstração de respeito e afeto.
Sorri ao perceber na fisionomia de todos os presentes naquela casa de caridade a compreensão de que uma mesma situação pode ser interpretada das mais diversas maneiras.
A entidade também esboçou um sorriso no canto direito dos lábios e continuou:
─ Hoje em dia, nos lares brasileiros, vocês se comportam de uma forma bem diferente do que quando esta caboclo estava encarnado, não é verdade?
─ As melhores louças,as mais lindas vestes de cama, mesa e banho vocês só costumam usar, de fato, quando recebem uma visita, não é assim?
─ Quando a casa de vocês está sem visitas vocês não vestem trapos e nem cozinham em panelas furadas, mas, de forma geral, não usam o que têm de melhor, não é assim? Ou este caboclo está errado?
Todos balançaram a cabeça afirmativamente concordando com a argumentação da entidade.
─ Este caboclo não está falando estas coisas para vocês com a intenção de que procedam em suas casas como nós agíamos há pouco mais de seis séculos, pois os tempos são outros, as regras de etiquetas são outras.
─ Na realidade, é natural que tudo na vida evolua, até mesmo os hábitos e costumes; mas este caboclo não pode deixar de ressaltar uma observação importante neste costume moderno de vocês encarnados no que diz respeito a recepção das visitas em vossas casas: vocês procuram ornamentar as vossas residências com objetos que lhes pareçam mais bonitos e preciosos quando recebem visitas e isto é muito nobre aos olhos deste caboclo; mas vocês admiram tanto este hábito praticado com a casa dos vossos corpos que acabam estendendo-o para a casa dos vossos espíritos.
Todos os que escutavam a prédica do caboclo arregalaram os olhos e não conseguiram esconder o sinal de interrogação que brilhava na face de cada um de maneira reluzente.
O reluzir era tanto que a entidade perguntou a seus ouvintes:
─ Qual é a casa dos vossos espíritos?
A maior parte dos ouvintes, então, respondeu:
─ O nosso corpo físico.
─ E como vocês cuidam desta casa tão preciosa? Vocês a higienizam diariamente?
Muitos ficaram estupefatos com a pergunta, entretanto, a entidade amiga prosseguiu em seu colóquio:
─ Este caboclo não está falando de vocês tomarem banho e nem de escovarem os dentes diariamente. Falo é da verdadeira atitude higienizadora da residência dos vossos espíritos: a oração.
─ Vocês usam da oração com regularidade ou somente quando recebem visitas?
Os ouvintes daquela palestra permaneciam a entreolhar-se como se a entidade amiga estivesse “falando grego”.
─ Este caboclo não está falando das visitas que vocês recebem em vossos lares apenas quando são requeridos ou as requerem; caboclo fala é da visita que vocês recebem sem requisição direta de nenhuma das partes.
─ O que vocês costumam fazer quando recebem a visita daquilo que vocês chamam de injustiça?
Uma pessoa da assistência levantou a mão e o caboclo consentiu que ela respondesse:
─ Nós oramos.
─ Muito bom filha, esta é uma atitude muito formosa aos olhos de Tupã! Mas vocês oram sempre? A oração é um prato que vocês devem usar para procurar se nutrir diariamente com os alimentos da fé, amor, evolução, vida, justiça, lei e conhecimento. É um prato que quanto mais usado, mais renovado fica. Vocês usam-no diariamente, em todos os instantes, ou somente quando recebem visitas?
A platéia estava tocada com as palavras do caboclo. Muitos até possuiam o olhar marejado, mas a entidade continuou:
─ E é isto que caboclo quer pedir a vocês meus filhos: orem mais! Cuidem melhor da casa do vosso espírito, pois como disse um sábio há tempos: “mente sã, corpo são”.
─ Tudo aquilo que vocês chamam de situações de injustiça são, na realidade, oportunidades únicas para vocês exercitarem a oração. No entanto, seria muito importante para a evolução de vocês que a prática da oração fosse um exercício diário e constante.
─ Um desportista não espera uma competição se iniciar para que venha a treinar; muito pelo contrário, ele se prepara para ela meses e meses antes de seu início, para que se encontre devidamente preparado quando houver de fornecer testemunho dos efeitos de seu treinamento. Um desportista não procura oferecer o seu melhor apenas nos dias de competição: o seu melhor é oferecido a cada dia de treinamento.
─ Em relação a prática da oração este caboclo pede que vocês procurem agir como o desportista, treinando a vossa mente, a vossa razão, a vossa emoção e o vosso espírito diariamente com o exercicio da prece, pois assim agindo estarão sendo devidamente preparados por Tupã para oferecerem testemunhos de vossa fé quando forem visitados pela necessidade de reajuste cármico denominados por vocês como injustiça.
─ Orem meus filhos! Orem dia-a-dia em espírito e verdade, pois somente assim vocês terão condição de desenvolverem a sabedoria: o divino sentimento imprescindível para a evolução e que se desenvolve com muito mais naturalidade se houver a prática da oração.
─ Que Tupã-Nosso-Pai abençoe a todos vocês!
E eu que ali desdobrado estava em tarefa de aprendizado, já com o coração transformado por palavras tão lindas, só pude responder em conjunto com toda a assistência e corpo mediúnico: “ Que assim seja!”

Mensagem do Sr. Caboclo Ubirajara recebida por Pedro Rangel por autorização do Sr. Caboclo Miracy

2/24/2014

EU SOU UMBANDISTA!

EU SOU UMBANDISTA! 

Eu sou Umbandista... Mas o que é isso? O que é ser Umbandista? 



É não ter vergonha de dizer: "Eu sou Umbandista". 

É não ter vergonha de ser identificado como Umbandista.

É se dar, acima de tudo a um trabalho espiritual.

É saber que um terreiro, um centro, uma casa de Umbanda é um local espiritual e não a Religião de Umbanda em seu todo, mas todos os terreiros, centros e casas de umbanda representam a Religião de Umbanda.

É saber respeitar para ser respeitado, é saber amar para ser amado, é saber ouvir para ser escutado, é saber dar um pouco de si para receber um pouco de Deus dentro de si.

É saber que a Umbanda não faz milagres, quem os faz é Deus e quem os recebe os mereceu.

É saber que uma casa de Umbanda não vende nem dá salvação, mas oferece ajuda aos que querem encontrar um caminho.

É ter respeito por sua casa, por seu sacerdote e pela Religião de Umbanda como um todo: irmandade.

É saber conversar com seu sacerdote e retirar suas dúvidas.

É saber que nem sempre estamos preparados. Que são necessários sacrifícios, tempo e dedicação para o sacerdócio.

É entrar em um terreiro sem ter hora para sair ou sair do terreiro após o último consulente ser atendido.
É mesmo sem fumar e beber dar liberdade aos meus guias para que eles utilizem esses materiais para ajudar ao próximo, confiando que me deixem sempre bem após as sessões.

É me dar ao meu Orixá para que ele me possua com sua força e me deixe um pouco dessa força para que eu possa viver meu dia-a-dia numa luta constante em benefício dos que precisam de auxílio espiritual.

É sofrer por não negar o que sou e ser o que sou com dignidade, com amor e dedicação.

É ser chamado de atrasado, de sujo, de ignorante, conservador, alienígena, louco. E, ainda assim, amar minha religião e defendê-la com todo carinho e amor que ela merece.

É ser ofendido físico, espiritual e moralmente, mas mesmo assim continuar amando minha Umbanda.

É ser chamado de adorador do Diabo, de Satanás, de servo dos Encostos e mesmo assim levantar a cabeça, sorrir e seguir em frente com dignidade.

É ser Umbandista e pedindo sempre a Zambi para que eu nunca esteja Umbandista.

É acreditar mesmo nos piores momentos, com a pior das doenças, estando um caco espiritual e material, que os Orixás e os guias, mesmo que não possam nos tirar dessas situações, estarão ali, ao nosso lado, momento a momento nos dando força e coragem.

Ser Umbandista é acima de tudo acreditar nos Orixás e nos guias, pois eles representam a essência e a pureza de Deus.

É dizer sim, onde os outros dizem não!
É saber respeitar o que o outro faz como Umbanda, mesmo que seja diferente da nossa, mas sabendo que existe um propósito no que ambos estão fazendo.

É vestir o branco sem vaidade.

É alguém que você nunca viu te agradecer porque um dos seus guias a ajudou e não ter orgulho.

É colocar suas guias e sentir o peso de uma responsabilidade onde muitos possam ver ostentação.

É chorar, sorrir, andar, respirar e viver dentro de uma religião sem querer nada em troca.

É ter vergonha de pedir aos Orixás por você, mas não ter vergonha de pedir pelos outros.

É não ter vergonha de levar uma oferenda em uma praia ou mata, nem ter vergonha de exercer a nossa religiosidade diante dos outros.

É estar sempre pronto para servir a espiritualidade, seja no terreiro, seja numa encruza, seja na calunga, seja no cemitério, seja na macaia, seja nos caminhos. Seja em qualquer lugar onde nosso trabalho seja necessário.

É se alegrar por saber que a Umbanda é uma religião maravilhosa, mas também sofrer porque os Umbandistas ainda são tão preconceituosos uns com os outros.

É ficar incorporado 5, 6 horas em cada uma das giras, sentindo seu corpo moído e ao mesmo tempo sentir a satisfação e o bem estar por mais um dia de trabalho.

É sentir a força do zoar dos atabaques, sua vibração, sua importância, sua ação, sua força dentro de uma gira e no trabalho espiritual.
É arriar a oferenda para o Orixá e receber seu Axé.

É ver um consulente entrar no terreiro chorando e vê-lo mais tarde sair do terreiro sorrindo.

É ter esperança que um dia, nós Umbandistas, acharemos a receita do respeito mútuo.

É ser Umbandista mesmo que outros digam que o que você faz, sua prática, sua fé, sua doutrina, seu acreditar, sua dedicação, seu suor, suas lágrimas e sacrifício, não sejam Umbanda.

É saber que existe vaidade mesmo quando alguém diz que não têm vaidade: vaidade de não ter vaidade.

É saber o que significa a Umbanda não para você, mas para todos.

É saber que as palavras somente não bastam. Deve haver atitude junto com as palavras: falar e fazer, pensar e ser, ser e nunca estar.

É saber que a Umbanda não vê cor, não vê raça, não vê status social, não vê poder econômico, não vê credo. Só vê ajuda, caridade, luta, justiça, cura, lágrima... e bom, mal e bem...Os problemas, as necessidades e a ajuda para solucionar os problemas de quem a procura.

É saber que a Umbanda é livre; não tem dono, não tem Papa, mas está aí para ajudar e servir a todos que a procuram.

É saber que você não escolheu a Umbanda, mas que a Umbanda escolheu você.

É amar com todas as forças essa Religião maravilhosa chamada Umbanda.

Por Etiene Sales

2/21/2014

As sete lágrimas de pai preto

(Muito bom esse texto vale a pena ler)

“AS SETE LÁGRIMAS… DE PAI PRETO” (Completa)
Foi uma noite estranha aquela noite queda; estranhas vibrações afins penetravam meu Ser Mental e o faziam ansiado por algo, que pouco a pouco se fazia definir…

Era um quê desconhecido, mas sentia-o, como se estivesse em comunhão com minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto…

Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre “eu”? Não o soube, até adormecer…e “sonhar”…

Vi meu “duplo” transportar-se, atraído por cânticos que falavam de Aruanda, Estrela Guia e Zambi; eram as vozes da Senhora da Luz Velada, dessa Umbanda de Todos Nós que chamavam seus filhos-de-fé…

E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam…

Mas, surpreso ficava, com aquela “visão” que em cada uma eu “via”, invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai-preto chorava.

De seus “olhos” molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces, e não sei por que, contei-as… foram sete.

Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o: fala, Pai-preto, diz a teu filho, por que externas assim uma tão visível dor?

E Ele, suave, respondeu: estás vendo essa multidão que entra e sai?

As lágrimas contadas, distribuídas, estão dentro dela…

A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que sua mente ofuscada não pode conceber.

Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um “milagre” que os façam “alcançar” aquilo que seus próprios merecimentos negam.

E mais outra foi para esses que crêem, porém, numa crença cega, escrava de seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de “casos” nascentes uns após outros…

E outras mais que distribui aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejam sempre prejudicar a um ser semelhante – eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas, paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem… pobres almas, que das brumas ainda não saíram.

Assim, vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas – não crêem, nem descrêem; sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer forma. Cuida-se deles, não conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram uma casa de Umbandarei Na Umbanda

Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis; mas se olhares bem seu semblante verás escrito em letras claras: creio na tua Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se venceram “meu caso”, ou me curarem “disso ou daquilo”…

E a sétima, filho, notaste, como foi grande e como deslizou pesada?

Foi a ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que “vive” nos “olhos”de todos os orixás; fiz doação dessa aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são…

“Cegos, guias de cegos”, andam se exibindo com a Banda, tal e qual mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER, porque só visam à exteriorização de seus próprios “egos”…

“Olhai-os” bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observai-os quando falam “doutrinando”; suas vozes são ocas, dizem tudo de “cor e salteado”, numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e à gula do vil metal. Eles não têm convicção.

Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE PAI-PRETO!

Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar: não tens mais nada a dizer, Pai-Preto?

E, daquela “forma velha”, vi um véu caindo e num clarão intenso que ofuscava tanto, ouvi mais uma vez…

“Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão… ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES”…

São os humildes, os simples; estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão… SÃO OS SEUS FILHOS-DE-FÉ.

São também os “aparelhos”, trabalhadores, silenciosos, cujas ferramentas se chamam DOM e FÉ, e cujos “salários” de cada noite… são pagos quase sempre com uma só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra – a INGRATIDÃO…

2/19/2014

Os maiores intolerantes com o Candomblé somos nós mesmos!

Os maiores intolerantes com o Candomblé somos nós mesmos!

Zukala Mokumbi

Muitas pessoas omitem sua religião com medo de serem excluídas pela sociedade hipócrita. Quantas vezes procuramos nossos direitos quando algo feriu nossa moral? Sempre deixamos para lá, algumas pessoas tendem a dizer que os deuses de nosso Candomblé são os mesmos do catolicismo o mesmo nem de longe faz parte de nosso segmento, para não se sentirem inferior, besteira isso. 

Quem tem filho em escola já questionou os professores e diretores o por que o Candomblé não é lecionado na matéria de ensino religioso? Ou alguma vez alguém já pediu uma música de tantas que temos em alguma rádio? Os evangélicos e católicos vivem pedindo é tão normal ouvir músicas gospel nas rádios e temos o direito de ouvir as nossas também. Não somos minoria como a mídia de massa diz. Alguém aqui já se propôs “pregar” a palavra de um Orixá ou exú (catiço) quando somos abordados na rua por evangélicos?

Perdemos tempo em insistir em ser respeitados pelas demais religiões, mas nós mesmo perdemos o respeito por ela. Talvez não está na hora de agradecer nossas conquistas aos nossos Orixás? Tipo “esse carro foi Ogum que me deu” ou “Esú salva” pequenos detalhes que podem fazer a diferença ao nos impor pelo respeito. Não temos que aceitar tudo o que a falsa “maioria” nos impõem.

Passou da hora de querermos saber uns mais do que os outros ou sair falando mal da simplicidade de determinada casa, isso acaba com nossa religião. Está na hora de uma união mostrar que juntos temos voz e podemos mudar essa lamentável realidade.

Chega de nos acovardarmos, não somos marionetes da hipocrisia. Vamos sair de nossa zona de conforto e irmos a luta em nossa zona de confronto, com respeito, sabedoria e humildade conquistaremos nosso espaço. SEM LUTA SEM CONQUISTA.

Cansei das Trevas


CANSEI DAS TREVAS

• Amparado pelo Senhor Tranca Ruas das Almas psicografado por Douglas O Elias

(Fato, num trabalho de caridade quando um irmão resgatado das 
Trevas quis e foi permitida Pelos Senhores Orixás da Lei Divina, sua manifestação. Preferiu não dizer seu nome)

Cansei das Trevas! Não me permito mais ser infernal e negativo.

Apesar de que quando afundei, caindo nas trevas depois de tantas maldades realizadas na minha ultima encarnação em que era um padre católico nos tempos imperiais do Brasil.
Chegando lá, fiz o que fiz somente para me defender, atacando.

É assim que funciona nas trevas: se quiser sobreviver, tem que provocar medo e tem que ferir, senão é ferido. Tem que maltratar, senão será maltratado. Tem que suportar a dor, senão será considerado fraco e vão lhe usar como escravo. E suportando a dor, vampiriza a energia do outro. Fica-se mais forte. Quanto mais dor suportar, mas energia do outro roubará.

Lá nas trevas ninguém tem poder próprio, mas se apodera do poder de quem tem.

Quando chegam novos habitantes com alguma chispa de luz e algum mental de raciocínio, logo o deixamos louco e assim, espremendo fazendo-o sofrer por vários instrumentos da dor, vai retirando deles tudo.

Nos o marcamos com o símbolo da nossa propriedade.

Este símbolo é conquistado e doado pelo maioral das Trevas quando superamos nas coisas que nos manda realizar.

Há grande disputa pelos novos moradores, pois significa mais energias que nos capacita de mais força, usando seus poderes e seus conhecimentos.

Retirar dos outros e enfraquecê-los é o objetivo de todos e estas vítimas, tornam-se estorvo depois. Então, ou são usados como escravos e se não aprendem também a ser mais cruéis, são desprezados.

Quando as trevas desprezam um ser, ele é aprisionado num monturo terrível onde não se tem um corpo para expressar a dor e nem os sentidos e assim, a dor aumenta em si em escala descomunal e esta é a pior prisão: a da alma.

Quando a alma quer expressar e não pode, ela fica louca. E esta loucura emite energias que formam a escuridão das trevas. Por onde os seres se arrastam tentando sobreviver.

E quando assim, estes se transformam no que queremos, e os usamos, transformando-os em bestas feras para que obedeçam nossas ordens de trazer outros mais, provocando o medo.

Nossos alvos principais não são os seres humanos vivos, pois estes têm protetores e não podemos aliciar-lhes a vontade. Mas podemos aceitar a vontade deles sempre que nos permitem. Assim, toda a vez que estes emitem pensamentos danosos, semelhantes aos das trevas, ligamos nossos fios a eles e vamos dando-lhes mais idéias ruins para que logo morram e venham para as trevas. Então, o banquete é servido. Banquete de energias humanas já adaptadas para as trevas.

Mas cansei disso. Aceitei um pedido de um missionário honesto e de Fé Divina que sabe como funciona as Leis Universais e tem respeito pelos negativados que estão sendo punidos tentando sobreviverem nas trevas.

Eles nos enviam bênçãos. Olha só!Até que enfim alguém que exerça o poder do perdão.

Junto a estas bênçãos, nos enviam energias naturais que permitem nossos mentais refletir. Até nossos corpos usuários de energias ruins tiradas dos outros encontram nova perspectiva de nova constituição fluídica configurando novamente um corpo espiritual humano.

Então podemos ver e aceitar a ajuda dos trabalhadores destemidos dos Mundos da Luz Divina que vem nas trevas para nos ajudar.

Aceitei a ajuda mediante a possibilidade que este que me amparou primeiramente realizou: o perdão e a doação de boas energias. Já nem sabia o que eram flores e me despertei ao sentir seus perfumes. Não quero mais o cheiro do enxofre, do sangue e carne podres. Nem sentir as emoções de dores.

E Se há algum modo de me permitir a ser melhor, viver melhor e livre, a partir de hoje, me esforçarei para conseguir.

Já retirei todo o mal que fiz e lamento aqueles que não podem ser mais ajudados, mas hei de conseguir reparar toda a maldade.

Então, estou aqui, aprendendo sempre nesta Gira Sagrada, permitindo aos Guardiões me utilizarem para ajudar os outros, pois conheço bem como age os habitantes das trevas. Ah, como sei.

Mas, no entanto, enquanto aprendo e não me iludo, vejo muitos seres humanos vivos que vem no Sagrado buscar ajuda para o sofrimento, e na verdade, querem solução para si, mas não se importam com o outro.

Expulsam ódios de si enquanto pedem graças fingindo bondade que não têm.

São homens, mulheres e até as crianças que aprendem errado!

Vejo tantos ligados às trevas. Alguns trazem até os símbolos de quem nas trevas se ligaram.

Engraçado que estes se apresentam como os sabe-tudo, os defensores da integridade e da moral, na humildade falsa ou no que ostentam em si, ousam quererem deter o Poder dos Guias e dos Orixás!Não querem se esforçar no bem e no amor para conquistar e utilizar Destes Poderes Divinos que são de todos Mediante a Concessão Divina!

Estes não têm mais jeito. Terão que viver nas trevas. Os cordões que os ligam aos outros semelhantes vivos e inocentes, quando provocam suas feitiçarias,intrigas maledicentes e magias negras, são cortados. Mas aqueles cordões e portais que se ligam em si nas trevas e nas provocações continuam com eles, pois estas são suas reais vontades.

Como é que pode os seres humanos encarnados, com tanta oportunidade de vida sadia, tanta energia que Deus oferece no mundo material para que sejam felizes e ainda se atrevem a menosprezar, dispensando a Luz?

Talvez não saibam o que são as Trevas.

Se soubessem, nunca iriam querer nas trevas fazer morada.

Todavia, está assim a maioria dos seres humanos: trevosos e infernais.

Seus pensamentos são os mesmos das trevas. Para sobreviverem do jeito que querem, provocam dores; ferem uns aos outros; não se importam com o sofrimento alheio, maltratam-se mutuamente como se pudesse e quisessem assim não sentir dor. É! Fazem assim. Pensam que se o outro sentir dor, ele estará isento dela. E pensa ser feliz assim?Como pode tanta ingratidão com tanta oportunidade que o mundo oferece?

É realmente o ser humano quem rouba,fere, mata, escraviza o semelhante, provoca misérias, envenena,... Como podem matar suas próprias crianças? Como podem falsear a verdade que salva? E ao invés de assumir a culpa destes erros horríveis, busca culpar as trevas?

As trevas fazem o que elas são. E só agem quando ativadas pelas vontades humanas, mas não são donas da vontade de cada um.

Questionem vossas vontades e reflitam em si se não são próprias?

Ou não é verdade que quando sentem ódio e raiva, expulsam pelo pensar todo o tipo de destruição a quem quer que seja. Até a si próprio, querendo o suicídio. Ah se soubessem como é a sobrevivência dos suicidas nas trevas?

Tanta força tem, pois conseguem ainda seus Luzidios Guias e Mentores da Luz, de que lhes cheguem boas idéias e conhecimentos!

Mas são preguiçosos. Acreditam na ilusão do poder material. Como podem?Não sabem que um dia morrerão? O que pensam da vida?

Hoje que estou incorporado no trabalhado na Egrégora da Luz desta Sagrada Religião dos Orixás, que me salvou e retirou-me das trevas, atuando como simples trabalhador graças à misericórdia dos Guardiões deste Templo e o beneficio proporcionado pelo seu dirigente, que me libertou, reflito:

Os Seres Humanos estão trevosos. E Entrevados nas idéias contrárias à vida e a Deus.

Quando se ligam aos seres das trevas, estes se manifestam, pois foram chamados.

Como podem? O que as trevas têm para oferecer-lhes a não serem dores e mais dores?

Em algumas tratativas, realizando meu trabalho orientado pelos meus Superiores Guardiões, vejo alguns dos antigos e conhecidos das trevas que vos obsedam e vampirizam, que até se atrevem a falar comigo, tentando criar alguma ilusão para que volte a elas, quando mostram e dizem que não valeu me ausentar e fugir,pois as trevas estão na alma de cada um e assim, não adianta, pois até na vida humana, pode as trevas estar.

Enervo-me nestas ocasiões e penso em agir com os instrumentos que aprendi lá, porém, meu Luzidio protetor me fala:

- Deverá entender e amar as almas. Teus erros perdoados não são para que julguem o dos outros, mas sim, para que procure servir a Deus e aos Orixás como exemplo redimido ao bem. Veja que há almas que seu socorro permite a melhora. As outras têm o tempo delas. Continue seu bom trabalho e eleve-se.

E graças a este amparo constante, permito-me a refletir e refletindo,consigo transmitir boas energias e forma de bons pensamentos, convocando a quem está ligado às trevas e de alguma maneira procuram o Templo Sagrado, mudem de ideia e tenham a vontade de fazer coisas boas.

Digo para estes que toda a vez que emitirem pensamentos e ações contrárias ao amor, ao perdão, a Fé, a Verdade Divina, estará ativando as trevas e se permitindo as trevas em si.

Alguns ouvem e reagem. Outros justificam seus problemas serem devido à maldade feita por quem lhe quer mal. E há os que simplesmente ignoram.

Então, lhes digo para os que ouvem e reagem positivamente se esforçando para melhorar seu jeito de ser e pensar, que se considerem felizes e logo a Graça da Luz maior estará felicitando mais nas suas vidas.

Aqueles outros que se permitem a se incomodar e ser molestados pelo mal alheio lhes oriento para fazer uso das suas defesas que é o amor e o perdão, pois se assim fizerem, simplesmente estarão longe do perigo.

E para aqueles que ignoram, saibam que é permitido sim por sua vontade, ir para as trevas. Mas depois não reclame, como eu reclamei, justificando que Deus e os Orixás abandam.

Sou um exemplo de que Deus e os Orixás Sagrados nunca abandonam seus filhos.
Mas são seus filhos que os abandona, toda a vez que queiram fazer prevalecer suas vontades, frente à Vontade do Senhor das Vidas.

Reflitam, pois quem sabe o que são Trevas, nunca mais se permitirá sequer a pensar em ir para lá.

Tem as Ferramentas que lhes mostram que são da Luz não das trevas.

Use-as. Praticando na vida, num bom proceder, no querer do bem, da paz e do amor.
A Luz divina é Amor e cobre a multidão dos erros que são perdoados conforme a mudança pelo querer e da vontade.

Este é o poder da Fé!

Amparado pelo Senhor Tranca ruas das Almas psicografado por Douglas O Elias

O frio que vem de dentro

O frio que vem de dentro

Quatro homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer, para poderem receber socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam.
Se o fogo apagasse, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. O tempo passava e o fogo diminuía.
Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de sobreviverem.
O primeiro homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu em torno da fogueira, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou: “Jamais darei a minha lenha para aquecer um preguiçoso.”
O segundo homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou: “Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.”
O terceiro homem parecia alheio a tudo. Era um alienado. Olhando fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O quarto homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido: “Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos meus gravetos.”

Com estes pensamentos, os quatro homens permaneceram imóveis.
A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer do dia, quando o resgate conseguiu chegar à caverna, os bombeiros encontraram quatro cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: o frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.
Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você. Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam. Não permita que as brasas da esperança se apaguem, nem que a fogueira do otimismo vire cinzas. Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida onde quer que você esteja

2/12/2014

Muzenza

Oi, eu sou Muzenza.

Sou eu sim o futuro do Candomblé também, eu sou Muzenza e não jogo búzio, e também não 'dou' santo á ninguém, sou Muzenza e não raspo Nkisi, sou Muzenza e não toco Adjá, e também não uso Keté, nem Tocy, ainda uso roupas brancas e miçangas abertas. Sou Muzenza e sei o meu lugar.

Sou eu quem viro quando ouço a nova digina que o Nkisi trouxe, sou eu quem dou passagem ao sagrado pra chegar até quem não teve a dádiva de recebe-lo em seu corpo. Sou eu quem tomo benção á meus mais velhos abaixado em sinal de respeito, sou eu que conheço a hierarquia e sigo-a com rigidez e verdade, sou eu quem sente vibração quando a Ngoma ecoa nos quatro cantos da Nzó.

Ser Muzenza é na verdade uma escola, onde aprendo todos os dias um pouco mais da vida, onde conheço os 'campos minados' de viver. Sei que é uma fase linda da vida no Nkisi, sei também que vai passar. Eu que cheguei a terra Ndumbi, passei pelo sagrado e me tornei Muzenza, tomei minhas obrigações e amanha, serei um Kota, mas tudo há seu tempo, na verdade, quem melhor que Kitembo pra nos mostrar que o tempo muda, resolve, cura e ensina.

"Piso no chão, senti vibração, entrego meu coração, me envolvo na emoção, rezo o meu corrão, recebo meu Nkisi e disso tudo nunca abrirei mão"

Tata Sindalandê.

2/05/2014

As Sete Forças de Um Médium de Umbanda

As Sete Forças de Um Médium de Umbanda:


1 - O AMOR - É O Supremo criador, o poder absoluto que gerou a natureza e todas as outras coisas É a força eterna, fonte do tudo e do nada. O amor é a base de tudo, envolve a estrutura de todos os fatos no desenvolvimento.

2 - A PIEDADE - É o sentimento de devoção e de dar auxílio, ajudar, compadecer do sentimento alheio. Bondade para com o próximo, que causa para o médium um bem-estar no ato. É a força doada pelo Criador do Céu e da Terra, exemplificada na criação do Universo astral, como segunda via de evolução para voltar ás origens.

3 - A HUMILDADE - É o sentimento de simplicidade nas expressões a si mesmo; submissão á força superior; conhecimento de sua razão e respeito á do outro. Pedir com devoção conhecendo o seu valor e o da fonte superior. Conhecer o seu lugar, o seu eu, a sua missão, para seguir o seu caminho com resignação.

4 - A FÉ - É o sentimento da crença, do credito, do valor recebido, a confiança, a graça alcançada vinda de "cima", das forças superiores. É também, complemento da força da humildade.

5 - A FIRMEZA - Esta é a força adquirida pela sabedoria. O equilíbrio de forças adquirido através da pesquisa, do interesse, na busca dos conhecimentos das Leis Sagradas. Conhecendo estas Leis, terá forças para saber como agir e porque agir. É saber pagar o que deve, para receber o que merece.

6 - A SEGURANÇA - Forca adquirida pelo conhecimento da origem das coisas. Só se sente seguro em determinado lugar quem conhece profundamente este lugar. Quando estamos numa ponte, só nos sentimos seguros quando vemos as suas estruturas, suas bases, o material de que é feita, quem a fez e com que finalidade. Conhecendo a origem da ponte, então nos sentimos seguros. E nós, o que somos?, Como nos sentimos seguros de nós mesmos sem conhecer a nossa origem!

7 - A FORÇA - É o conhecimento dos rituais e da magia. A força do médium depende de seus conhecimentos da mística espiritual. Estes conhecimentos são adquiridos á medida que são merecidos e dados ou autorizados pelo Pai de Coroa (guia de frente), seja ele de uma banda ou de outra. Se o médium conhece as Leis Sagradas, ele sabe a que caminho leva uma banda ou outra, se está na banda de Luz (quem conhece a Luz, também conhece as trevas e por isso prefere a Luz), seu caminho será conduzido pela Luz. Se a força do médium é adquirida pelas trevas (quem vive nas trevas é porque não conhece a Luz), seu caminho será conduzido pelas trevas. O símbolo da forca de um médium é o próprio ponto de força de seu Pai de Coroa.

Exu no Candomblé e na Umbanda


Exu no Candomblé e na Umbanda

Há algumas diferenças na maneira de ver Exu no Candomblé e na Umbanda.

No primeiro, Exu é como os demais Orixás, uma personalização de fenómenos e energias naturais. O Candomblé considera que as divindades, ou seja os Orixás, incorporam nos médiuns (cavalos ou aparelhos). Na Umbanda, quem incorpora nos médiuns, além dos Caboclos, Pretos Velhos e Crianças, são os Falangeiros de Orixás, representantes deles, e não os próprios.

A Umbanda considera os Exus não como deuses, mas como uma entidade em evolução que busca, através da caridade, a evolução. Em síntese, o grande agente mágico do equilíbrio universal. Também é o guardião dos trabalhos de magia, onde opera com forças do astral. E também são considerados como “policiais”, “sentinelas”, “seguranças” que agem pela Lei, no submundo do “crime” organizado e principalmente policiando o Médium no seu dia-a-dia. As “equipes” de Exus sempre estão nestas zonas infernais, mas, não vivem nela.

Obedecem à severa hierarquia nos comandos do astral se classificando também como Exus cruzados, espadados e coroados.

Exus de Umbanda, de acordo com a crença religiosa, são espíritos de diversos níveis de luz que incorporam nos médiuns de Umbanda, Omolokô, Catimbó, Batuque, Santo Daime, Xambá e Candomblé de caboclo.

Nos candomblés de Ketu e Jeje não há incorporação de espíritos oficialmente, já nos candomblés de Angola podem-se encontrar casas que adotem a incorporação de Exus, Pomba-giras, Boiadeiros e Marinheiros.

Porém, o Exu (Orixá), cultuado somente no Candomblé, não incorpora para dar consultas, diferentemente do Exu de Umbanda, considerado uma entidade.

Na Umbanda não se manifesta o próprio Orixá, por meio da incorporação, mas sim seus mensageiros ou falangeiros, espíritos que vêm em terra para orientar e ajudar. Quando incorporam, se caracterizam alguns com capas, cartolas, bengalas (masculinos), e saias rodadas, brincos, pulseiras, perfumes, rosas (femininos, também chamados de Pombo-giras). Mas não necessariamente os médiuns se utilizam destas vestimentas para a incorporação. Cada terreiro trabalha de uma forma diferente, alguns centros uniformizam a roupa dos médiuns, onde todos vestem branco.

Natureza e incorporação de Exus
Encontramos aqueles que crêem que os Exus são entidades (espíritos) que só fazem o bem, e outros que crêem que os Exus podem também ser neutros ou maus. Observa-se que, muitas vezes, os médiuns dos terreiros de Umbanda – e mesmo de Candomblé – não têm uma ideia muito clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião. Na verdade, essa Entidade não deve ser confundida com o (obsessores), apesar de transitar na mesma Linha das Almas, sendo o seu dia a segunda-feira, ficando sob o seu controle e comandando os espíritos atrasadíssimos na evolução e que são orientados pelos Exus para que consigam evoluir através de trabalhos espirituais feitos para o bem.

Sua função mítica é a de mensageiro, o que leva os pedidos e oferendas dos homens aos Orixás, já que o único contacto directo entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é coligado ao seu Exu por meio dos chacras. É ele quem traduz as linguagens humanas para os seres superiores. Por isso, é imprescindível a sua presença para a realização de qualquer trabalho, porque é o único que efectivamente assegura em uma dimensão o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados. Possuem a função também de proteger o terreiro e seus médiuns.

O poder de comunicar e ligar, confere a ele também o oposto, a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Se possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, cemitérios, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas de entradas e saídas.

Esses espíritos utilizam-se de energias mais “densas” (materiais). Nota-se que essas entidades podem realizar trabalhos benignos, como curas, orientação em todos os setores da vida pessoal dos consulentes e praticar a caridade em geral. Os trabalhos malignos (os tão famosos “pactos com o diabo” ), como matar por exemplo, não são acordos feitos com os Exus, mas com os Kiumbas que agem na surdina e não estão sob a orientação de algum Exu, fazendo-se passar por um deles, actuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda que são: existência de um Deus único, crença de entidades espirituais em evolução, crença em Orixás e Santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual, crença em guias mensageiros, na existência da alma, na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médium, e o uso de ervas e frutos. Jamais maldades, e caridade acima de tudo.

O verdadeiro Exu não faz mal a ninguém.

O chamado “Exu Pagão” é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição.

Já o Exu Baptizado, é uma alma humana já sensibilizada pelo bem, evoluindo e, trabalhando para o bem, dentro do reino da Quimbanda, por ser força que ainda se ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra nos reinos da marginalidade.

Não se deve, entretanto, confundir um verdadeiro Exu com espíritos zombeteiros, mistificadores, obsessores ou perturbadores, que recebem a denominação de Kiumbas e que, às vezes, tentam mistificar, iludindo os presentes, usando nomes de “Guias”.

Para evitar essa confusão, não é dada aos chamados “Exus Pagãos” a denominação de “Exu”, classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para os ditos “Exus Baptizados” a denominação de “Exu”.

In: Laroie Exu: Um estudo sobre a Umbanda e a Quimbanda

Historia de Preto velho

HISTÓRIA DE UM PRETO VELHO

Era um dia frio, como tantos outros na Serra de Petrópolis...

Lá iam os negros escravos cumprir com sua nova missão: ajudar a construção de uma passagem de linha férrea que ligasse o Rio de Janeiro à Serra da Estrela e assim, sua Majestade e toda a corte imperial poderiam enfim ter mais conforto para chegar às casas de veraneio que cresciam cada vez mais imponentes na Cidade Imperial.

- Socorro! - Gritava um escravo preso em um buraco que o capataz havia feito para que os negros fossem postos lá como forma de castigo e assim aprendessem que não havia outra alternativa a não ser trabalhar.

Só que este escravo já estava preso há dias, tinha fome, sede e as mãos sangravam devido ao trabalho excessivo a que fora exposto naqueles dias frios de Inverno.

Ninguém ouvia o negro escravo, pois os buracos eram feitos aos montes e distante da via férrea para que não houvesse contato com os outros escravos. Depois que o negro morria, jogavam terra em cima do buraco e, com o decorrer do tempo surgiu o “Cemitério dos Escravos”, como ficou conhecido mais tarde.

Mais de cem anos se passam...

- Estou cansada! Podemos parar aqui um pouco pra descansar? - Diz Ana para os outros dois amigos.

- Acho que sim! - Diz Alex - Creio até ser um ótimo lugar para acamparmos por hoje. Já vai escurecer, estamos caminhando desde o começo da Serra sem parar. Vamos ficar aqui hoje e continuar pela manhã bem cedo. Tudo bem pra você Raul?

- Por mim... - Resmungou Raul que não gostou nem um pouco da ideia de refazer a pé, a 845 metros de altitude o “caminho do ouro”, como ficou conhecido na época de D. Pedro II.

Os jovens armaram suas barracas, buscaram lenha e sentiam a brisa fria que já chegava, quando apareceu caminhando ao longe um senhor, que ao chegar perto dos meninos, perguntou:

- Posso me sentar um pouco em frente à fogueira que vocês fizeram pra me esquentar um pouco? Estou cansado...

O velho foi se sentando em um toco de árvore perto da fogueira e os jovens, sem entender de onde veio aquele velho, consentiram e fitaram-no por alguns minutos.

Antes que eles dissessem alguma coisa o Velho começou a falar:

- Lugar sofrido foi esse aqui, para satisfazê o bem estar dos brancos, muitos negros sofreram e morreram aqui, sabiam? Pés e mãos sangravam, mas o trabaio não podia parar, nem criança escapava do trabaio pesado . Tinham que carregar pedras e, muitas pedras foram colocadas em cima das “cova” onde jaziam os corpos dos escravos. As crianças não tinham trapos pra vestir e os mais véios muitas das veiz tinha que deitar sobre a criança pra mó dela não morre di frio... Fizeram uma Senzala pra deixá os escravos por aqui mesmo, então sempre que dava, nóis pegava uns mato que desse pra cubri as criança que muitas das veiz morria di frio... Quando o capataz queria castiga nóis, tacava fogo nos mato que servia pra cubri as criança e deixava todo mundo trancafiado dentro da senzala, aspirando aquela fumaça toda, e muitas das veiz os pequeno morria porque num agüentava, né fio, a fumaçada que durava muitas horas... Triste di si vê, mas nóis num pudia grita nem fala nada, pra mó di num se jogado nas cova funda mato adentro e fica lá agonizando até a morte... Vida de nós foi sofrida, fios!

Com os olhos arregalados, diante do velho que ali falava, Raul disse:

-Mas, mas... você é... quer dizer era... um negro escravo? Você... - e, antes que ele concluísse, o velho com um meio sorriso falou:

-Sim fio! Sou um Preto-Velho escravo, que aqui muito sofreu e hoje venho através da Umbanda ajudar a todos que de mim precisam, e muitos outros igual a mim estão hoje ajudando num terreiro a praticá o amor, a caridade a todos que di nós precise viu, fio?

E, com a manhã chegando, o velho se levantou e foi caminhando pra dentro das matas.

Ana, completamente atordoada com tudo o que ouvira durante toda aquela noite, não teve tempo de temer aquele velhinho que mostrava nos olhos toda uma saga de vida sofrida e antes que ele sumisse na mata fria e úmida, ela gritou:

-Ei! Qual é o nome do Senhor?

-E o velho, já bem longe, gritou em voz bem firme:

-Pai Miguel é o meu nome.

Raul, não acreditando naquilo tudo, correu atrás do velhinho, achando tudo ter se tratado de uma brincadeira de muito mau gosto. Chegando no ponto que o velho sumiu, Raul topou em uma pedra e, olhando pra baixo viu escrito na pedra: ”P. Miguel.”

Alguns anos mais se passaram, quando os jovens, visitando um terreiro de Umbanda em uma festa em homenagem aos Pretos-Velhos, mais uma vez tiveram uma grande surpresa:

Lá na frente, um Preto-Velho comandava a gira e, com os olhos marejados de alegria dessa vez, disse:

-Que todos os fios que vieram aqui hoje consigam recebê as graças de Nosso Pai Maior, e que os véio que aqui estarão hoje, ajudem a todos suncês no caminho da evolução espiritual!

E o Nego Velho, olhando para os três que ali se encontravam no meio da multidão, que ansiava para entrar, ergueu os braços e falou:

-Venham cá meus fios, venham dá um abraço nesse Nego Véio, que esperava por suncês há muito tempo!

-E os três numa só voz sussurraram : ”Pai Miguel??!”

E foi assim que começou o caminho dos três jovens na prática da caridade naquele terreiro de Umbanda junto de Pai Miguel das Almas....

Um conto de Fernanda Mesquita