5/30/2015

Se Eu me Afastar do Centro de Umbanda, Os Guias vão me Punir?

Se Eu me Afastar do Centro de Umbanda, Os Guias vão me Punir?

O tema aqui abordado gera ainda nos dias de hoje muita discussão, pois escutamos de alguns irmãos que visitam nossa casa que foram em determinado centro e infelizmente o dirigente desta casa lhes informou que "sua vida estava andando para trás, pois seus guias haviam se voltado contra o mesmo por ele ter abandonado o terreiro", isso quando esta informação parte de pessoas ditas trabalhadoras de centros Umbandistas.
Isso infelizmente mostra que falta dentro de nossa religião, estudo, doutrina e acima de tudo BOM SENSO.

Quando falamos sobre "guias de Umbanda" podemos de forma simples nos referir a "trabalhadores do astral" que militam na lei de Umbanda e que se até nós se dirigem, isso se dá para que também nós possamos aprender e evoluir. Não podemos tropeçar na vida e desejarmos ensinar alguém a andar, o que desejo dizer é que estes espíritos sejam da linha a que pertençam, são seres de luz, evoluídos e associar "vingança" aos mesmos é algo totalmente fora de cogitação, mostrando total despreparo do médium ou dirigente que desta forma se refere aos guias, como se eles fossem espíritos ignorantes.
Nós como seres em evolução ainda associamos um terreiro como "uma tenda de milagres" onde depositamos nossos problemas nas mãos dos guias e esperamos que eles resolvam aquilo que é de nossa responsabilidade o que de forma alguma existe.
Movidos pelo nosso ego ferido e orgulho quando percebemos que toda mudança externa requer talharmos nossos defeitos interiores procuramos um culpado para fugirmos desta responsabilidade e o guia, o terreiro e o dirigente sérios sempre pagam o pato. Nos afastamos e nossa vida não anda pra frente simplesmente porque nosso interior está em desajuste e enquanto não arrumamos isso, as coisas tendem a dar errado.
Lembramos aqui da lei de afinidade em que os nossos inimigos por questão de vibração se ligam a nós atuando para que tudo a nossa volta de errado e no afã de nos desviar de um caminho de luz, nos levam a casas onde impera a indisciplina e o comércio do sagrado, onde dirigentes e muitas vezes médiuns despreparados atuando dentro de um animismo nos informam que "nossos guias estão fechando os nossos caminhos" atraindo-nos para uma armadilha onde se desenvolverá um grande processo obsessivo.

Meus irmãos o guia não vem em terra para resolver problemas de ninguém, pois nós devemos aprender a sermos responsáveis pelos nossos atos.
A função de um guia é "orientar" e não "assumir" e militando dentro da lei e da justiça divina jamais nos prejudicariam, pois os mesmos aprenderam a respeitar a lei do livre arbítrio.
Acreditar que um guia de lei nos prejudicaria é menosprezarmos os fundamentos sagrados de nossa Umbanda.

Guia de lei não lhe persegue, o que lhe persegue é sua consciência. Guia de lei não lhe prejudica, o que lhe prejudica é sua ignorância espiritual. Guia de lei não fecha os seus caminhos você joga fora as oportunidades que lhe são ofertadas Guia de lei não facilita as coisas, tudo o que conquistamos vem de nosso esforço e merecimento.
Esperamos ter contribuído para o esclarecimento de todos e encerramos este texto com as palavras do saudoso CABOCLO MIRIM: Umbanda é coisa séria, pra gente séria. Com votos de muita luz a todos.


(T.E.Z)

5/29/2015

Você acredita nos seus Guias?

Em nossa religião, temos diversos guias, mestres e mentores, que são espíritos em evolução, outros em ascensão plena e outros até evoluídos, que direcionam os trabalhos de Umbanda em outro plano amparados pelos Sagrados Orixás.
Analisando isso, somos muito bem amparados e guiados, por espíritos que nos amam e que tem uma afinidade ímpar conosco. Muitos de nossos guias mais próximos possuem uma ligação familiar de muitas vidas passadas e trazem como missão nesta passagem da vida nos amparar e nos guiar conforme nossas necessidades e merecimentos em cada momento de nossas vidas.
Mas a grande pergunta é: você acredita no seu guia, ou na sua banda?
Vejo muitos médiuns de Umbanda, por muitas vezes duvidarem do trabalho dos seus guias e até mesmo questionando suas orientações para com você e outras pessoas. Vejo também a famosa frase: “Mas meu Guia não me ajuda por que”? Só ajuda os outros?
Devemos primeiro entender que nós médiuns somos canais, veículos de espíritos evoluídos que nos guiam, orientam e ajudam a quem necessitar e merecer (inclusive nós).
Não confunda seus medos, sua incertezas com a força e a capacidade dos seus guias. Nossos guias nos ajudam o máximo que podem, dentro da Lei Maior e da Justiça Divina, e se por algum momento de sua vida eles “não te ajudarem”, pode ter certeza: é um momento que você deve firmar suas pernas no chão, ser forte e adentrar de cara na situação, pois a sua vida quem deve viver é você.
Nossos guias não são muletas ou muito menos babás, para ficar nos mimando ou nos bajulando. Os guias são espíritos que nos fazem crescer, pensar e principalmente sermos racionais assim andando com nossas próprias pernas.
Quando a incerteza bater em sua porta, a vaidade, e o ego tentarem te acolher, firme sua cabeça em Deus, nos Orixás, e em seus guias. Pode ter certeza que se você acreditar, o seu mundo irá mudar, seus guias lhe mostraram o caminho para você percorrer. Suas decisões você que deve tomar e aceitar as consequências também.
Não importa se você errar, falhar, cair, os guias sempre irão te amparar, desde que você confie neles e em Deus e tenha plena certeza de que você está aqui para aprender, seja lá como for.
Confie em você, na sua natureza, e com certeza através dessa confiança seus guias se manifestarão em sua vida naturalmente e com muito poder de realização.
Confie.
(TENDA Espírita Zurykan)

5/27/2015

DIA 27 DE MAIO - DIA DO MÉDIUM CAMBONE


Ser médium cambone é ter o prazer de servir com humildade. 
É ter as bençãos de aprender a cada trabalho.
É ter a proteção e o carinho das entidades que servimos.
É ter a alegria de receber um colo de Preto Velho, um abraço de um Caboclo, um "a bença tia" de uma Criança, uma dança com um Baiano, uma palavra séria e amiga de um Exú e aprender com eles tudo que for possível sempre.
Ser cambone também é escrever rápido!!!
Cambone é uma das atividades exercidas nos terreiros de Umbanda que merece uma atenção muito especial, dada a sua importância como auxiliar das entidades, dos médiuns e dos dirigentes do Terreiro.
Como auxiliar das entidades, cabe ao cambone ser o interprete da mensagem entre a entidade e o consulente, além de um defensor da entidade e da integridade física do médium. Cabe a ele cuidar do material da entidade, orientar o que acontece em sua volta e também ajudar o entendimento do consulente, pois a linguagem do espírito nem sempre é entendida, mas ao cambone fica claro já pela sua intimidade com o comportamento do espírito que ele serve.
Por outro lado a posição do cambone nem sempre é confortável pois algumas vezes cabe a ele fiscalizar também o comportamento da entidade que, se por uma razão ou outra, fugir da normalidade deve imediatamente avisar a direção do terreiro. O limite da intimidade do consulente com o espírito ou o médium deve ser fiscalizado pelo cambone para evitar mal entendidos e desajustes de informações. Finalmente ao cambone é dada uma oportunidade especial de conhecer mais a Umbanda e a forma das entidades trabalharem porque seu contato é direto. Como o cambone tem como obrigação ouvir o que o espírito ouve e fala, seu conhecimento, em cada consulta, aumenta consideravelmente.
Todo médium deveria começar na Umbanda como cambone e desempenhar com muita atenção esse papel durante o tempo de seu desenvolvimento pois essa pratica terá uma importância direta no seu comportamento como médium
Parabéns aos Cambones pelo seu dia!!! e Muito Obrigado por sua dedicação a nossa querida Umbanda!!!


 Axé !!

5/26/2015

O Caboclo e o Escorpião

O Caboclo e o Escorpião "vale muito a pena ler”

Um Caboclo viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou.
Pela reação de dor, o Caboclo o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando de novo.
O Caboclo tentou tirá-lo novamente e novamente o animal o picou.
Alguém que estava observando se aproximou do Caboclo e lhe disse:
- Desculpe-me, mas o Senhor é teimoso!
- Não entende que todas às vezes que tentar tirá-lo da água ele - irá picá-lo?
O Caboclo respondeu:
- A natureza do escorpião é picar, e isto não vai mudar a minha, - - que é ajudar.
Então, com a ajuda de uma folha o Caboclo tirou o escorpião da água e salvou sua vida.Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal;
Apenas tome precauções.
Alguns perseguem a felicidade, outros a criam.
 Preocupe-se mais com sua consciência do que com a sua reputação.
 Porque sua consciência é o que você é, sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, não é problema nosso...
É problema deles.

5/21/2015

O FABULOSO PODER DAS ERVAS

O FABULOSO PODER DAS ERVAS

 Sempre se ouviu as maravilhas que as ervas podem fazer ou também os malefícios que podem causar, mostrando assim o seu fabuloso poder sobre nós. Mas como isso se da nas ervas? Em primeiro lugar, este texto não será achado em livros e nem existe bibliografia, pois o que aqui escrevo vem dos ensinamentos de meus Guias de Umbanda, sendo assim sintam-se a vontade em contestar, criticar , observar ou acrescentar alguma coisa. As Ervas tem muitas coisas em comum, uma delas é que sua vitalidade na parte fora da terra (folhas ou ramos folhados) que não passam de um ano humano. Logo fácil perceber que sua concentração de força deve ser densa para produzir e efetuar seu papel na Natureza. Esta concentração de força em suas partes aéreas é que estão armazenados os segredos de muitas curas e benefícios ao homem, como também a morte e malefícios; uma vez que a natureza esta longe de sentimentalismo humano e sua energia reinante é sempre dual. Dentro de cada erva(sem exceção)existe uma substância química capaz de produzir algo em alguma coisa(parece redundância, mas não é!). os animais pelo instinto forte a que são dotados as usam com limitações. No entanto o homem com sua inteligência lógica, aprendeu a usá-las de diversas formas. A cicuta é um veneno poderoso, mas também é um remédio excelente! Onde esta a diferença? Na dosagem e manipulação da erva. E assim é com todas, dependendo da manipulação, extraímos benefícios ou malefícios para nossa vida. Levando isso para a Umbanda. Sempre ouvimos os Guias receitarem ervas para, banhos, defumações, chás, inalações, emplastro, mastigação, “batimento de folhas”, patuás.............. E o efeito curativo ou vibracional de cada uma destas ervas, vem sendo passado em gerações do Divino plano para o plano Humano, como também do Humano para o Humano. Bem já sabemos agora que estas ervas tem cada uma sua função dual e quando bem manipulada ajuda o filho de fé, e também sabemos de sua capacidade de condensar suas substancias em grande quantidade, mas por curto espaço de tempo (diferentemente das plantas de tronco lenhoso). Logo fácil de perceber que quando retiramos a erva de sua raiz, sua substância tende a se perder mais rápido ainda e se for desidratada, mais ainda e se for fervida, mais ainda. Então se colhermos uma erva, secá-la e ferve-la, não restará nada de sua substância benfazeja? Eis a questão! Dependerá de como se continuará sua manipulação. A colheita da erva deverá obedecer uma fase lunar, se for secá-la, sempre na sombra nunca no sol, e ao ferver para o uso, sempre ferver a água e colocar a erva com algo a tampar a evaporação por 30 minutos, isso evita que grande parte das substâncias se perca na evaporação. Esta “receita” ou “dica” é apenas para um referencia. Pois vemos muita coisa sem propósito na utilização de ervas para fins mágico-terapeuta. Tais como: “ervas” compradas em caixinha, ervas sendo cozidas, quantidades indiscriminadas, sendo usadas de forma aleatória, sendo colhidas fora da lua “boa” etc... Mas então as ervas compradas nos erveiros não servem? Sim, servem. Mas primeiro deve-se fazer um vinculo de confiança com o Erveiro a titulo de não comprar “erva de bicho por erva daninha”, mesmo que ele não cultive e colha de forma correta, ainda assim a Erva mantém boa parte de seu principio ativo; podendo ser perfeitamente usada na mágia-terapeutica. E as ervar desidratadas(secas). Mantém suas propriedades? Sim, mas em escala muito menor(quanto mais frescas, mais principio ativo). Então porque usar ervas desidratadas(secas)? Por vários motivos. Por questão de não ter acesso a ervas frescas, por ser mais fácil acondicioná-las por mais tempo e usá-las com mais “Urgência”, como também por fatores culturais. Por muito tempo a manipulação de ervas era tido como sendo Bruxaria ou coisa do gênero, sempre remetendo ao mal, com a desidratação da erva era mais fácil estocar e corria menos risco na sua manipulação; hoje não tememos por tais conceitos, mas a cultura fica impregnado por centenas de anos no inconsciente humano. Mas a erva seca tem o mesmo poder de cura que a erva fresca? Obviamente que não. veja que o receituário dos Guias para banho por exemplo. eles receitam um banho ou dois com ervas frescas, quando receitado com ervas secas, o mesmo banho para a mesma magia-terapêutica passa a ser de 7 banhos ou mais. Nota: Também é bom observar que, a quantidade de banhos irá variar para que e por que. Como funciona o efeito mágico-terapêutico das Ervas em nós? Vamos simplificar para caber aqui. O corpo do ser humano é de vasta complexidade, juntando ao “corpo espiritual”, esta complexidade amplifica-se e muito. Mas com a sabedoria de alguns e do intercambio do Divino plano com o nosso plano, fomos entendendo que somos parte integrante da natureza e não donos ou senhor da mesma como alguns vivem e pensam. Partindo deste principio, fácil perceber que toda a natureza pode ser manipulada(adequadamente)para o beneficio ou malefício de todo ser vivo, logicamente nós que somos parte disso. Quando nosso corpo físico e/ou o “corpo espiritual” se recente de falta ou excesso de alguma substância no seu equilíbrio de seu complexo sistema, podemos encontrar nas Ervas substâncias que irão recompor este complexo sistema. Como também para diversos outros fins. Podemos usar ervas todos os dias e por qualquer motivo? É de bom alvitre que, todo e qualquer exagero ou déficit de coisas aplicada em nosso sistema físico/espiritual não é prudente nem tampouco eficaz no que concerne a Mágia-Terapêutica. Bom, é sempre receber o receituário de um Guia de Umbanda ou de um Zelador (a) abalizado, ou ainda de uma rezadeira(que nos grandes centros é raríssimo). O mesmo é usar Ervas na forma de: “me disseram que é bom”. Isso é o mesmo que usar remédio alopata sem receita profissional, como também a Homeopatia, que muitos dizem assim: “ah! É natural, se bem não fizer mal também não faz”. Isso é um erro capital, Homeopatia em erro pode levar ao aumento da enfermidade e até ao óbito. Qual a finalidade deste texto? Não é um receituário, mas é sempre bom o filho de pemba ter subsídios para no futuro atestar se estão sendo beneficiados ou se é mais uma vitima de equívocos... 
Saravá a todos.

 Pai Mauro Simões (Zelador de Umbanda do Terreiro de Umbanda Escola da Vida) 

fonte:Comunidade Umbanda não é Macumba

5/19/2015

História de vovó Catarina


Os tambores tocavam o ritmo cadenciado dos Orixás, e nós dançávamos. Dançávamos todos em volta da fogueira improvisada ou à luz de tochas ou velas de cera que fazíamos. A comida era pouca, mas para passar a fome nós dançávamos a dança dos Orixás. E assim, ao som dos tambores de nosso povo, nos divertíamos, para não morrer de tristeza e sofrimento. Eu era chamada de feiticeira. Mas eu não era feiticeira, era curandeira. Entendia de ervas, com as quais fazia remédios para o meu povo, e de parto; eu era a parteira do povo de Angola, que estava errando naquela terra de meu Deus. Até que Sinhazinha me tirou do meu povo. Ela não queria que eu usasse meus conhecimentos para curar os negros, somente os brancos; afinal, negro - dizia ela - tinha que trabalhar e trabalhar até morrer. Depois, era só substituir por outro. Mas Dona Moça não pensava assim. Ela gostava de mim, e eu, dela. Fui jogada num canto, separada dos outros escravos, e todas as noites eu chorava ao saber que meu povo sofria e eu não podia fazer nada para ajudar. De dia eu descascava coco e moía café no pilão. À noite eu cantava sozinha, solitária. E ouvia o cantar triste de meu povo, de longe. Ouvia o lamento dos negros de Angola pedindo a Oxalá a liberdade, que só depois nós entendemos o que era. E os tambores tocavam o seu lamento triste, o seu toque cadenciado, enquanto eu respondia de meu cativeiro com as rezas dos meus Orixás. A liberdade, que era cantada por todos do cativeiro, só mais tarde é que nós a compreendemos. A liberdade era de dentro, e não de fora. Aqueles eram dias difíceis, e nós aprendemos com os cânticos de Oxóssi e as armas de Ogum o que era se humilhar, sofrer e servir, até que nosso espírito estivesse acostumado tanto ao sofrimento e a servir sem discutir, sem nada obter em troca, que, a um simples sinal de dor ou qualquer necessidade, nós estávamos ali, prontos para servir, preparados para trabalhar. E nosso Pai Oxalá nos ensinou, em meio aos toques dos tambores na senzala ou aos chicotes do capitão, que é mais proveitoso servir e sofrer do que ser servido e provocar a infelicidade dos outros. Um dia, vítima do desespero de Sinhá, eu fui levada à noite para o tronco, enquanto meus irmãos na senzala cantavam. A cada toque mais forte dos tambores, eu recebia uma chibatada, até que, desfalecendo, fui conduzida nos braços de Oxalá para o reino de Aruanda. Meu corpo, na verdade, estava morto, mas eu estava livre, no meio das estrelas de Aruanda. Em meu espírito não restou nenhum rancor, mas apenas um profundo agradecimento aos meus antigos senhores, por me ensinar, com o suor e o sofrimento, que mais compensa ser bom do que mau; sofrer cumprindo nosso dever do que sorrir na ilusão; trabalhar pelo bem de todos do que servir de tropeço. Eu era agora liberta, e nenhum chicote, nenhuma senzala poderia me prender, porque agora eu poderia ouvir por todo lado o barulho dos tambores de Angola, mas também do Kêtu, de Luanda, de Jêje e de todo lugar. Em meio às estrelas de Aruanda eu rezava. Rezava agradecida ao meu Pai Oxalá. Fui pra Aruanda, lugar de muita paz! Mas eu retomei. Pedi a meu Pai Oxalá que desse oportunidade pra eu voltar ao Brasil pra poder ajudar a Sinhá, pois ela me ensinou muita coisa com o jeito dela nos tratar. E eu voltei. Agora as coisas pareciam mudadas. Eu não era aquela nega feia e escrava. Era filha de gente grande e bonita, sabia ler e ensinava crianças dos outros. Um dia bateu na minha porta um homem com uma menina enjeitada da mãe. Era muito esquisita, doente e trazia nela o mal da lepra. Tadinha! Não tinha pra onde ir, e o pai desesperado não sabia o que fazer. Adotei a pobre coitada, fui tratando aos poucos e, quando me casei, levei a menina comigo. Cresceu, deu problema, mas eu a amava muito. Até que um dia ela veio a desencarnar em meus braços, de um jeito que fazia dó. Quando eu retomei pra Aruanda, o que vocês chamam de plano espiritual, ela veio me receber com os braços abertos e chorando muito, muito mesmo. Perguntei por que chorava, se nós duas agora estávamos livres do sofrimento da carne, então, ela, transformando-se em minha frente, assumiu a feição de Sinhazinha! Ela era a minha Sinhá do tempo do cativeiro. E nós duas nos abraçamos e choramos juntas. Hoje, trabalhamos nas falanges da Umbanda, com a esperança de passar a nossa experiência pra muitos que ainda se encontram perdidos em suas dificuldades.

5/12/2015

Ser umbandista é um ato de coragem


Ser umbandista é um ato de coragem.
Digo isso porque, ter uma proposta real de crescimento espiritual implica, antes de qualquer coisa, em comprometimento. 
E quantos estão realmente comprometidos com o crescimento espiritual de si mesmos?
O Caboclo das Sete Encruzilhadas nos trouxe estas palavras: 
“Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade.”
Mas fazer a caridade pura e simplesmente não implica em ser uma pessoa melhor, pois para se tornar melhor, é preciso o autoconhecimento.
Muitos fazem a caridade por desencargo de consciência e outros ainda a fazem por vaidade.
A partir do momento que achamos que “a melhor pessoa é a que faz mais caridade”, muitos passam a fazê-la apenas para ser melhor que os outros. E assim, tornam-se objetos do Ego e da Vaidade.
Qualquer ação que vise apenas ser melhor do que os outros é apenas fruto do ego.
Não se enganem: o único verdadeiro mérito está em sermos melhor do que nós mesmos.
O Caboclo das Sete Encruzilhadas também nos disse que: “aprenderemos com quem sabe mais e ensinaremos a quem souber menos, e a ninguém voltaremos as costas.”
Aqui o caboclo coloca dois pilares extremamente importantes para a Umbanda: o crescimento e aprendizado.
Mas o que é o crescimento?
Para entender o verdadeiro crescimento, é importante lembrar que não podemos supervalorizar o dom da mediunidade em detrimento do ser humano que somos.
Não podemos ser umbandistas que se acomodam na posição de apenas ir ao terreiro, incorporar nossos guias, trabalhar, e depois voltar para casa, sem nenhum comprometimento com nosso crescimento interior.
O crescimento é aprender na Umbanda as mesmas lições que diariamente tentamos ensinar aos nossos irmãos mais necessitados. É tentar ser tão bom quanto se ensina a ser. É aplicar em si mesmo todas as lições ensinadas pelas entidades. É refletir se praticamos aquilo que ensinamos.
E o que é o aprendizado?
A maioria das pessoas acredita que o aprendizado consiste em ler livros e fazer cursos, mas isso representa apenas uma parte do verdadeiro aprendizado.
O aprendizado começa com o identificar dos nossos defeitos e a procura dos caminhos para corrigi-los. Quanto mais comprometidos e sinceros com nós mesmos, mais vamos ter coragem de conhecer os nossos defeitos e lutar por uma transformação interior.
A balança de Miguel é responsável por pesar apenas o nosso próprio peso – e não o peso que retiramos da balança dos outros. Ou seja: não adianta fazer toneladas de caridade, se continuamos desequilibrados e “pesados” internamente.
E assim, unindo o aprendizado com o crescimento, todo umbandista poderá sentar em reflexão e perguntar a si mesmo, sabendo que a resposta está em seu coração:
Você faz a caridade porque é bom ou você é bom porque faz a caridade?

5/02/2015

Tomei uma surra do Santo!?

Infelizmente nossa religião ainda precisa rever muitos conceitos e valores.
Ainda nos deparamos muito com essa expressão infeliz.
Como se nossos Orixás, mentores e protetores tivessem um perfil vingativo ou educativo.
Como se não tivesse-mos garantido pela espiritualidade superior o LIVRE ARBÍTRIO.
Como se MEDIUNIDADE fosse doença e fossemos obrigados a buscar uma casa, nos desenvolvermos, e atuar mediúnicamente prestando a "CARIDADE" como forma de pagar um débito kármico.
Quantos zeladores de maneira irresponsável usam essa expressão, como forma de fidelizar e aprisionar seus seguidores a casa espiritual?
Quantos usam da expressão" entrei na UMBANDA pela DOR" quando a expressão correta seria "entrei na UMBANDA pela FÉ e pela RAZÃO, resultado de uma escolha baseada em ESTUDO e FORMAÇÃO ESPIRITUAL".

Orixá é AMOR!
Nossos guias tem a missão de nos PROTEGER e CONDUZIR!
E se alguns momentos em nossa atribulada vida nos sentimos abandonados, é nesses momentos que precisamos buscar nos religar a espiritualidade, nos permitindo intuir para que a solução dos problemas nos chegue em forma de socorro e auxílio, na hora certa, no tempo da espiritualidade, que não é o nosso.
Não responsabilize seus guias e mentores pelos seus maus passos, não coloque na conta da espiritualidade o exercício do seu livre arbítrio.
Somos humanos e falíveis, porém em todos os momentos a espiritualidade estará ao nosso lado.
TENHA FÉ!

Alex d'Oxalá - Umbanda Rio