7/28/2014

Exus Mirins e Pombagiras Giras Mirins

Você sabia?
Exus Mirins não são espíritos de “meninos maus”, como pensam alguns e nem filhos do seu Exu e da sua Pombagira; assim como as Pombagiras e os Exus não são espíritos de ex-prostitutas e ex-bandidos.
Há poucos relatos confiáveis que nos ensinem sobre o Exu Mirim ou que o fundamentem como Mistério Religioso. Isso deu margem a interpretações fantasiosas e até preconceituosas, levando muitos a acreditarem que os Exus Mirins seriam “espíritos de moleques de rua”, crianças mal-educadas, encrenqueiras, “bocudas”, chulas etc. Esse desconhecimento acabou fazendo com que muitos dirigentes proibissem as manifestações de Exus Mirins.
Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma linha espiritual ocupada por espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humildes, respeitosos: a linha das crianças. Depois, começaram a se manifestar espíritos infantis briguentos, encrenqueiros, mal-educados e intrometidos. Quando inquiridos, eles se apresentavam como “Exus” mirins, os “Exus infantis” da Umbanda numa equivalência com um Erê. A partir da crença inicial de que os Exus Mirins eram “meninos maus”, as incorporações dessas entidades eram exageradas e fantasiosas, pois os médiuns acreditavam que tinha de ser assim. Os dirigentes não tinham conhecimento sobre tais entidades e nem meios de esclarecer e controlar seus médiuns, passando a proibir tais manifestações.
Na verdade, os Exus Mirins nada mais faziam do que extravasar os desvios íntimos daqueles médiuns quando incorporavam. Médiuns doutrinados e equilibrados incorporam Exus Mirins que realizam trabalhos de grande ajuda às pessoas. Perceba que quem precisa ser doutrinado é sempre o médium e nunca as entidades de Lei, que já vêm mais que preparadas para atuar entre nós.
Com o passar dos anos, quando incorporados, os Exus Mirins assumiram “o arquétipo de menino mau” que lhes foram atribuídos graças ao desequilíbrio interno dos seus médiuns. Por preconceito, ninguém questionava sobre tão controvertida entidade, no entanto, ele dizia que todo médium tem na sua esquerda um Exu Mirim, além de um Exu e uma Pombagira.
Bom, se não havia escritos esclarecedores a respeito, pode-se perguntar por qual motivo os próprios Exus Mirins não explicavam quem eram e qual a sua função no trabalho religioso, para dar um fim naquela situação. A resposta é simples: em grande, parte eles jamais encarnaram aqui. Os espíritos que assumem a roupagem do Exu Mirim são normalmente espíritos de uma dimensão diferente da nossa. Eles são o que conhecemos como seres naturais, elementais, seres encantados, espíritos livres, entre outros nomes. São espíritos que vibram em sintonia completamente diferente da nossa terrena e que sempre beiram (ou ultrapassam) o extremo. Então, como explicar a realidade da qual vinham, como responder às perguntas (que sempre ocorrem!) a respeito das suas características e identidades? Uma vez que estavam começando a surgir em nosso meio e não havia parâmetros de comparação entre a nossa realidade e a deles? Para a época era quase impossível! Então eles vinham e prestavam a ajuda que podiam, aceitando “o arquétipo de meninos maus” que lhes davam. Caso contrário, já teriam desaparecido do nosso convívio e nem estaríamos aqui buscando refletir e compreender quem são os Exus Mirins e qual a sua função na Criação Divina. Perceba que, mesmo subjugados, eles continuaram nos auxiliando a evoluir, mesmo que no anonimato.
Assim como muitos Erês não foram encarnados, os Mirins também não. Suas linhas de trabalho são completamente opostas e se complementam por isso, similares às energias positiva e negativa que sempre se completam. Perceba a relação entre eles: à direita você terá um Erê e na esquerda, um Mirim. Lembre-se que Erê e Mirim são apenas roupagens de trabalho (assim como as demais linhas e falanges) e, muitas vezes, o mesmo espírito pode assumir mais de uma roupagem para exercer uma determinada função. Concluímos que o mesmo espírito que hora aparece para você como Erê pode vir a ser seu Mirim. Mas saiba que não é uma regra e sim uma possibilidade.
Portanto, Exu Mirim e Pombagira Mirim não são filhos de Exu e de Pombagira! São arquétipos adotados pela Umbanda para englobar numa só linha de trabalhos espirituais todos os seres que aqui habitam.
- "Se não são humanos, qual a ligação que o Exu Mirim tem conosco?"
Nós, espíritos humanos, estamos ligados mentalmente a um Mirim por um cordão energético invisível aos nossos olhos materiais, mas não à visão superior do espírito. Também estamos ligados a outras espécies de Seres Encantados e Naturais, assim como a espécies de animais, aves, répteis, plantas etc. Nossas ligações mentais com outros seres e espécies visam a nos manter em equilíbrio com toda a Criação, pois no Corpo de Deus somos só uma “célula”, uma consciência, e nada mais. Além disso, eles nos mantêm amparados por toda a Criação e, ao mesmo tempo, nos impulsionam a viver de forma harmônica com outros seres e espécies.
- "Quais as características de atuação dos Exus e Pombagiras Mirins?"
Exu Mirim tem domínio sobre “o Nada”, isto é, sobre o estado anterior à manifestação das nossas ideias e intenções. Cumpre esta função na Criação para preservar a vida, a paz e a harmonia entre os seres, para o equilíbrio do Todo. Quando alguém vem alimentando, em seu íntimo, planos e intenções maldosas contra outrem, mas ainda não tomou atitude alguma que possa revelar o que está arquitetando, essa maldade “intencionada” é captada pelo Orixá Exu Mirim, e as Entidades Exus Mirins são acionadas para cortar o mal na origem. Enquanto a pessoa não põe em prática seus pensamentos de vingança, de ódio, de traição ou de qualquer outra intenção maldosa e injusta, nada se pode perceber. Mas Exu Mirim atua sobre este “nada”, justamente para que não se realize a maldade, paralisando o ser mal intencionado.
Diz-se que Exu Mirim capta as intenções negativas e faz regredir os seres negativados e maldosos, mas isto precisa ser mais bem compreendido. A expressão “faz regredir” não pode ser tomada ao pé da letra. Não é que Exu Mirim faça regredir aquele ser negativo; o que ele faz é identificar quem é, de fato, aquele ser e colocá-lo no seu lugar de merecimento na Criação. Pois uma criatura maldosa, invejosa e traiçoeira nem sempre aparenta ser assim. Parece “boazinha”, mas não é. Está entre pessoas de bom coração e desfrutando da sua confiança, mas não é como elas e não merece tal consideração. Então, esta pessoa de má índole receberá, mais dia menos dia, a atuação de Exu Mirim e será colocada onde merece estar. Neste caso, a atuação de Exu Mirim é a de um Executor da Lei Divina; Lei que sempre nos ampara, mesmo que não o saibamos. Ao mesmo tempo, Exu Mirim estará protegendo a vítima daquelas intenções negativas, sempre que ela faça por merecer o amparo da Lei, e ainda que não suspeitasse do que estava sendo tramado contra ela.
Por outro aspecto, Exu Mirim também atua amparando os seres equilibrados e merecedores do amparo da Lei, desembaraçando entraves e dificuldades dos seus caminhos, para que os seus projetos bons, saudáveis e justos se concretizem. Em tudo e por tudo, como se vê, na atuação de Exu Mirim está Presente a Mão do Criador, a nos direcionar e amparar; e, se necessário, a nos corrigir, para evitar nossa persistência no erro e consequências mais danosas à nossa evolução.
A irreverência ou má educação comportamental não é típica dos Exus Mirins na dimensão onde vivem. Sim, são naturalmente irrequietos e curiosos, mas nunca intrometidos ou desrespeitosos. O que acontece é que os Exus Mirins são nossos refletores naturais. Eles refle¬tem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece com Exu e Pombagira. Se o médium não está centrado, ou se tiver crenças negativas a respeito dessas Entidades (acreditar que fazem o mal, que usam de vocabulário grosseiro, que são indisciplinadas etc.), tudo isso virá à tona no momento da incorporação, pois Exu Mirim também põe para fora o que está oculto no íntimo dos médiuns.
Laroyê Exu Mirim! Laroyê Pombagira Mirim!
Os mirins são mojubá!

7/16/2014

Povo Cigano na Umbanda

Povo Cigano na Umbanda

Pertencem à uma linha de trabalhadores espirituais que busca seu espaço próprio pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e tem seu alicerce em entidades conhecidas popularmente com "encantadas".
São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos.
Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual, como dissemos; Amor incondicional à proteção da natureza.
Encontraram na Umbanda um lugar quase ideal para suas práticas por uma necessidade lógica de trabalho e caridade.
Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam.
São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.
Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza e se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas.
Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas, preferindo trabalhar encostadas e são entidades que devem ser cultuadas na direita, pois quando há necessidade de realizarem qualquer trabalho na esquerda, são elas que se incumbem de comandar as entidades ciganas que trabalham para este fim, por isso, não precisam de assentamentos. Por isso tudo fica evidenciado que são entidades que trabalham exclusivamente para o bem.
Santa Sara Kali é sua orientadora para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sarah é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo.
Ciganos na Umbanda, são espiritos desencarnados homens e mulheres que pertenceram ao povo cigano.
Os ciganos em geral, tem seus rituais especificos e cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais. A santa protetora do povo cigano é "Santa Sara Cali". Dentro da Umbanda, trabalham para o progresso financeiro e para as causas amorosas. Cheios de simpatias espirituais, os espiritos ciganos trabalham para a cura de doenças espirituais.
Os ciganos, dentro da ritualistica umbandista, falam a língua "portunhol", alguns, poucos, falam o romanês, língua original dos ciganos. As incorporações acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que eles possam a vir trabalhar na linha de Exú.

(autor desconhecido)