4/30/2014

Porque devemos usar branco no candomblé




Federação TIA TIRA
A cor branca, ou simplesmente o branco, é a junção de todas as cores do espectro de cores. Definida como "a cor da luz", o branco absorve e reflete todas as cores, sendo assim, o organismo reage positivamente e libera as energias negativas e sensações ruins de peso, inveja ou mau-olhado.
O que desejamos quando vamos a um terreiro é simplesmente se sentir mais "limpo" e protegido das negatividades do dia-a-dia.Sendo assim, se você irá a um ritual de candomblé recomenda-se sempre usar Branco ou tons neutros, para que você possa receber e emanar as energias dos Minkisi, e deixar pra traz tudo que for ruim.
O Branco também é usado como sinal de respeito ao grande Tata Lemba, , que trouxe para o nosso mundo, a lição de humildade, igualdade e respeito.
Respeite o terreiro que você frequenta, respeite sua Ìyálorixá -Mametu e principalmente , seu santo.Quando for assistir um ritual de Candomblé, faça um favor a si mesmo: VÁ DE BRANCO!!!

4/23/2014

23 de Abril...

Dia 23 de Abril é o dia de homenagens a OGUM, o Orixá Guerreiro. No sincretismo com o catolicismo é associado a São Jorge, o soldado romano, mártir cristão, imortalizado no conto em que mata um dragão. Na Bahia é sincretizado com Oxossi.
Segundo algumas tradições africanas, foi casado com Iansã e depois com Oxum, mas vive sozinho pelas estradas abrindo caminhos. É filho de Iemanjá, irmão do Orixá Exu e Oxossi, o qual entregou a Ogum suas armas de caça. Vigilante e marcial é o guardião das portas das casas e templos.
Ogum é o Orixá do sangue, da espada, da forja e do ferro. Por isso é padroeiro dos que trabalham com ferramentas, máquinas e metais, como barbeiros, ferreiros, mecânicos, militares entre outros.
Ogum também é patrono das tecnologias, nas inovações, dos conhecimentos práticos e de qualquer ação criadora do homem em relação à natureza.
Que OGUM abra seus caminhos e lute a seu lado nas batalhas da vida!
Guardem a fé, irmãos!

4/19/2014

O ato de Bater cabeça

Por que Bato a Cabeça? Pra Quem? Quando e Como?
O procedimento de bater a cabeça, termo que usamos para designar o ato de saudar de forma reverente encostando nossa cabeça no chão.
É comum na Umbanda encontrarmos que nem sempre o que se adota em uma casa não tem valia em outra, podendo até ser interpretado como desrespeito ou ignorância. Uma saudação, Respeito, Entrega.
Respeito são algumas das atitudes relacionadas com o ato de bater nossa cabeça. Na maioria dos terreiros batemos nossa cabeça diante do altar saudando Deus, os Orixás e nossos Guias. Em algumas casas se bate a cabeça para o dirigente espiritual e para a tronqueira também.
Bater a cabeça diante do altar é um dos mais importantes atos de respeito dentro do ritual e da casa na qual está, pois é o limiar da entrega do médium que vai trabalhar, estamos nos entregando em uma forma de submissão consentida, porque seremos condutores dos conselhos do astral.
Estamos dando nossa cabeça, o mistério da vida, o que há de mais precioso de nós em prol do trabalho a ser realizado.
Só batemos a cabeça para quem confiamos e amamos, pois neste momento estamos nos doando por inteiro, simbolicamente, por meio de um gesto ritualístico.
Mesmo que muitos sacerdotes e sacerdotisas que não explicam isso para seus filhos, devem procurar explicação e tem que ter a curiosidade para perguntar, ou seja, o porquê que eu faço isso ou aquilo? Qual seu significado?
Há milênios que diversos rituais adotam o Bater a Cabeça como símbolo de respeito, adoração e devoção para com o astra
l. Porém a uma diversidade muito grande dentro da nossa amada Umbanda. A gente encontra rituais muito variados a cada dia, inclusive o Bater a Cabeça.
Porém, o que vale é o coração, a intenção, é claro tirando alguns exageros que se tem visto por aí. Independente de verdades absolutas, etc. Vale compreender e respeitar a casa que você frequenta e escolheu.
Batemos nossa cabeça em nosso altar e no altar dos terreiros que visitamos como sinal de reconhecimento do Guia Chefe da casa e de todos os demais, quando batemos para um sacerdote estamos reconhecendo sua hierarquia espiritual e sua importância dentro dos rituais.
Nos dias de hoje vemos muitos sacerdotes que fazem certa resistência nesse ato, no entanto é um ato importante tanto para quem está saudando e para quem está sendo saudado, pois nesse momento, o sacerdote pede Deus e seu Guia Chefe que abençoe aquele filho (a), que lhe traga força e proteção.
Também em dias “modernos” é difícil ver filhos pedindo benção a seus pais e mães de santo, talvez seja vergonha ou desleixo. Uma coisa é certa, Bater a Cabeça é algo extremamente simbólico e agregador de sentido para nossa religião e nossas vidas, que cada um de nós tenha orgulho de bater a Cabeça e pedir benção para seus dirigentes e para nossa querida e tão amada Umbanda.
autor desconhecido.

4/14/2014

PRECE DE CÁRITAS


Deus nosso pai, vós que sois todo poder e bondade.
Dai forças àquele que passa pela provação.
Dai luz àquele que procura à verdade.
Ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.
Deus,
Dai ao viajor a estrela guia,
Ao aflito a consolação,
Ao doente o repouso.
Pai,
Dai ao culpado o arrependimento,
Ao espírito a verdade,
A criança o guia
Ao órfão o pai
Senhor,
Que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criaste.
Piedade senhor para aqueles que não vos conhecem,
Esperança para aqueles que sofrem.
Que a vossa bondade permita aos espíritos consoladores
Derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.
Deus,
Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra.
Deixai-nos beber nas fontes desta bondade fecunda e infinita
E todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.
Um só coração, um só pensamento subirá até vós,
Como um grito de reconhecimento e de amor.
Como moisés sobre as montanhas
Nós Vos esperamos de os braços abertos
Oh bondade !
Oh beleza !
Oh perfeição !
E queremos de alguma sorte merecer a vossa misericórdia.
Deus,
Dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós.
Dai-nos a caridade pura.
Dai-nos a fé e a razão.
Dai-nos a simplicidade, que fará de nossas almas...

Um espelho donde há de se refletir a Vossa imagem.

4/11/2014

REFLEXÃO...

Dirigentes, Mestres, sacerdotes, Pai ou Mãe do santo meus filhos são somente títulos!
No reino de Orixá, não entra soberba, pois me parece que hoje em dia estão dando muita importância mais para "títulos" do que para "atitudes".
Raramente, vejo, um dirigente, sacerdote ou qualquer um dos nomes acima mencionados envolvendo-se com os propósitos reais dos Orixás em nome da caridade.
O que vejo, são cursos para tudo, iniciações mágicas, festas para se comemorar o que? Será que meus filhos não percebem que o momento não é de festas, diante do cenário mundial que nos encontramos?
Umbanda não é comércio de valores vãos!
Umbanda como qualquer outro ciclo religioso deve ser re-avaliada dentro dos pilares do bom senso e acima de tudo do comprometimento com a luz dos Orixás que estão neste exato momento envolvidos não com festas ou fantasias do ego humano, mas sim com causas que definem o destino de nossa humanidade.
Carregar a bandeira branca de Oxalá filhos, não é tarefa para ilusionistas.
O reino de Orixás esta carente de servidores, pois muitos ainda estão mais preocupados com os títulos, as festas e o egocentrismo.
A hora é de mudar e mudança vem com reflexão, renovação e atitude!
Na banda de Obaluaiyê
Na sabedoria de Nanã Buruku
Pai Antônio das Almas
Canalizado por Géro Maita

4/09/2014

PRETO VELHO E SEU MEDIUM

PRETO VELHO – Meu filho, você tem que evoluir, tudo evolui.
MÉDIUM – O que tenho que fazer, meu Pai?

PRETO VELHO – Se desfaça de todos os bens materiais que você tem. Dê uma parte para os pobres e necessitados e a outra para sua mulher e filhos.
MÉDIUM – De tudo?
PRETO VELHO – Sim. E também de sua mulher e filhos. Vamos sair pelo mundo ajudando aqueles que necessitam. Andaremos de cidade em cidade, de lugar em lugar. Quando tiver fome, eu providenciarei comida; quando tiver sono, eu providenciarei lugar seco e seguro para descansar; quando tiver frio, eu providenciarei agasalho e roupas…
MÉDIUM – Não sei se posso. O senhor está pedindo muito de mim
PRETO VELHO – Mas você não quer evoluir, chegar numa consciência maior?
MÉDIUM – Eu quero evoluir, mas tenho que perder tudo o que tenho. Largar minha família, meus amigos… Não sei se posso fazer isso para evoluir. Prefiro ficar como estou e buscar uma outra forma de evoluir. O senhor mesmo não disse que existem muitas formas de evoluir, porque só me deu esta escolha?

PRETO VELHO – Quando você disse que era necessário retirar as imagens do meu Congá que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário retirar os atabaques, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário parar com as oferendas para os Orixás, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que não era preciso utilizar as guias, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Quando você disse que era necessário que os Guias de nossa casa parassem de beber e fumar, que isso era necessário para que minha casa evoluísse, que eu evoluísse, não me deu escolha. Eu deixei. Você procurou outras formas e outros meios na procura de uma consciência maior. Introduziu várias formas e meios diferentes dos que eu lhe ensinei, pois você começou a achá-los atrasados, primitivos. No entanto, eu pedi a você apenas uma coisa, e você diz que é incapaz. Você mudou tudo o que achou necessário, mas não soube mudar por dentro. Evolução não se faz mudando formas, fundamentos, ritos, meios… Evolução se faz de dentro para fora. Não importa o nosso modo de operar nossa magia, mas sim o que ela representa; sua essência e importância na vida dos que nos procuram; a doutrina e a responsabilidade de nossos rituais; nossos fundamentos; o respeito pelo que é nosso. Você mudou procurando o novo, mas apenas buscou novas formas de fazer velhas coisas. Coisas que você achava que eram primitivas e que não fariam você evoluir. Você hoje se baseia em outros para mostrar sua evolução e consciência: se eles mudam lá, você também muda aqui; se eles fazem lá, você faz aqui. Você fugiu das velhas formas, mas apenas buscou o moderno para fazer o velho. Você já está velho. Em breve irá partir e eu não mais o usarei como cavalo. Tenho, agora, nova missão com outro médium. Nele a tradição será mantida e o novo se fundira com o velho em busca da essência e não da forma..

MÉDIUM – O Senhor nunca me recriminou. Nunca disse que não.
PRETO VELHO – Se eu dissesse que não, você ficaria frustrado. Faria as coisas por fazer, sem o respeito ou os fundamentos necessários. Então eu deixei que você fizesse o que achava que era correto, pois você o faria com gosto. Na verdade, você nunca perguntou o que eu achava de tudo isso. Mas mesmo em desacordo, reconheço que você ajudou muitas pessoas.
MÉDIUM – Porque o Senhor só está me dizendo isto agora? Depois de tanto tempo trabalhando comigo…
PRETO VELHO – Você mudou tanto… Tanto que nem o reconheço mais… Só que agora você esta velho. Já está indo embora. Então vim para pedir uma última caminhada juntos, para que você encontrasse sua essência e tivesse a oportunidade de alcançar o que você buscou todos esses anos: evoluir, alcançar uma consciência com Deus.
MÉDIUM – Então todo esse tempo… Todas essas mudanças que fiz… Foram em vão?
PRETO VELHO – Não. Muitos que aqui estiveram e saíram para construir suas casas e nelas buscaram a essência daquilo que você ensinou, e que não mudaram por mudar, seguindo um caminho próprio, conseguiram encontrar uma consciência com Deus e uma evolução de dentro para fora. Você, mesmo sem saber, os ajudou.
MÉDIUM – Mas eu expulsei muitos médiuns por não quererem seguir com minha linha de trabalho.
PRETO VELHO – Eles souberam tirar o melhor de seus ensinamentos e dos meus. Eles abriram suas casas e hoje fazem Umbanda de várias formas.
MÉDIUM – Então…
PRETO VELHO – Sim. Aqueles que você dizia que ficaram no caminho; aqueles que não ficaram mudando constantemente, mas souberam degustar cada momento e perpetuar a tradição, os costumes, os fundamentos, os ritos… Eles mudaram a forma de ver o mundo e sua relação com ele. Buscaram a modernidade nas relações com os médiuns, no entendimento dos novos problemas, essa modernidade viciosa do ser humano. Utilizaram a modernidade e o novo para levar a doutrina, os ensinamentos, a palavra e o auxílio aos que necessitavam, mas souberam dar continuidade à nossa cultura e nossa forma, alcançando a essência naturalmente, gradativa. Mesmo o novo precisa de tradição para virar doutrina e buscar em sua própria forma e essência. Agora é hora de seguirmos juntos.

MÉDIUM – Mas eu não sei se posso largar tudo…. Eu disse ao Senhor que não podia largar tudo o que construí, minha família, mulher, filhos, amigos…
PRETO VELHO – Olhe para baixo… O que você está vendo?
MÉDIUM – Minha família. Minha mulher, meus filhos, meus amigos… Estão à minha volta. E com lágrimas se despedem… Para onde vamos, meu Velho?
PRETO VELHO – Encontrar o seu cavalo e o Terreiro onde você irá trab alhar dando auxílio aos necessitados; conforto aos desesperados; curando os enfermos; agasalhando o frio das almas com palavras de calor e esperança; dando de beber a sede de muitas almas em busca de luz… Agora você é um de nós.
MÉDIUM – É engraçado, meu Velho. Eu busquei tanto o novo tentando alcançar a evolução que evoluí com a missão da tradição e de perpetuar o que não soube dar o devido valor. O Senhor ficará comigo?
PRETO VELHO – Sim, e lhe darei meu nome e minha força. Te ensinarei tudo o

que será necessário. O resto será entre você e seu médium. Ele é novo e muito parecido com você.
MÉDIUM – E como devo agir com ele? Também sofrerei como o Senhor sofreu comigo?
PRETO VELHO – Eu não sofri com você.
MÉDIUM – Mas o Senhor disse…
PRETO VELHO – Eu não disse que sofri. Estava preparando você para tudo isso. Às vezes só se dá o real valor a algo quando ele escorre de nossas mãos. Você vivenciou a tradição, os costumes e os novos meios, as novas formas. Adquiriu experiências diferentes. Segure minha mão…
MÉDIUM – Estou mudando…
NO TERREIRO – “Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Os meus Pretos Velhos batem tambor… Nas minhas Almas batem tambor… Para todo povo, batem tambor… Lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tambor… Bate tambor lá na Angola, bate tambor…”.
PRETO VELHO – É aquele ….
* O novo PRETO VELHO incorpora e um novo ciclo se inicia…

(DESCONHEÇO O AUTOR)

4/08/2014

2° CASA

Pra você que deseja dar seus primeiros passos no Africanismo, algumas dicas:
jamais escolha uma casa, por ''status'' ou fama;
jamais escolha uma casa, por fundamento;
jamais escolha uma casa, pelo tamanho;
jamais escolha uma casa, por que é em um bairro nobre;
jamais escolha uma casa, por que pessoas famosas fazem parte.
Ouça seu coração porque é através dele que o seu Orixá
vai falar com você.
Escolha uma casa em que as pessoas lhe respeitem como ser
humano, não visem somente vantagens e lucro sobre vc, não o
vejam como moeda de status e mão-de-obra barata
e ame o Orixá acima de tudo.
Procure saber sobre a conduta do sacerdote, dos filhos da casa
e das pessoas que a frequentam.
Não se deixe iludir com promessas de milagres, de prosperidade,
de agito social e fama; isso tudo é subjetivo e depende muito
do seu esforço pessoal (50% é mérito seu, 50% do seu Orixá).
Frequente a casa com certa antecedência, observe o movimento,
quem entra, quem sai, como todos são tratados,
OUÇA MUITO MAIS DO QUE PERGUNTE, porque ouvindo
e observando, se aprende muito mais, sobre o que nos interessa.
Ali será sua segunda casa e a segunda casa
daquilo que existe de mais precioso em você, o seu Orixá!
Sim, a segunda casa, porque a primeira casa do seu Orixá,
é o seu coração e a sua primeira casa, é no coração do seu Orixá!

4/03/2014

Obrigações e Oferendas na Umbanda

Obrigações e Oferendas na Umbanda
Já imaginaram o que seria do mundo se toda pessoa que quisesse algo em sua vida, era só ir fazer uma oferenda a um Orixá, Guia, Santo, Exu ou Pomba-Gira, barganhar e pronto? Ou seja, era só comprar o que o Orixá ou Guia mais gostasse, porque onde eles moram não tem mercado, feira, nem casa de artigos religiosos, e por isso precisam que nós os agrademos com bebidas, comidas, charutos, velas, ou seja, coisas materiais,para poderem satisfazer nossos egos incapacitados e muitas vezes doentio. Pra que fazer vestibular? Pra que estudar muito pra ser um bom profissional? Pra que trabalhar? Pra que ser honesto? Pra quer perdoar? Pra que ter honra e honestidade? Seria legal, através de uma oferenda eu conseguir o homem ou a mulher que eu quero. Não existiram mais doenças. O campeonato de futebol não seria mais resolvido no gramado, mas sim, nas encruzilhadas. Quando eu não gostasse de alguém seria fácil: era só fazer um feitiço e essa pessoa sumiria. Dinheiro então nem se fale; era só levar uma oferenda na Natureza e no outro dia eu ganharia na loteria. Fácil né? É assim então? Se for, não preciso mais me esforçar pra nada nesse mundo, pois, é só fazer uma oferenda ou despacho e está tudo resolvido. Pra que então perdermos tempo atendendo as pessoas num Templo Umbandista, com orientações e evangelização, se nós tivessemos a certeza que basta uma oferenda ou despacho para que o problema daquela pessoa, seja qual for, fosse resolvido. É mais fácil então uma só pessoa atender a todos no Templo, colocando os problemas das pessoas em um buscador da internet; encontrando o despacho ou oferenda condizente, era só tirar uma cópia, dar na mão do consulente e mandar ele se virar pra realizar o ato que tudo estaria resolvido em sua vida.
Devemos então jogar fora o Evangelho e achar que Jesus foi um tolo inocente por querer que todos fizessem Reforma Íntima e nos melhorássemos para sermos felizes. Jesus também foi mentiroso quando nos disse: “Eu sou o caminho, a verdade a vida; ninguém chega ao Pai a não ser através de mim”. Uma coisa é interessante: vemos todo mundo buscar Jesus para resolver os seus problemas, mas nunca vimos ninguém montar uma oferenda para Ele, a fim de conquistar os Seus favores. Por quê? Fácil: ninguém nunca ensinou ou disse que Ele facilitaria as coisas com oferendas. Com Jesus não se barganha; Jesus não se compra; Jesus se conquista; Jesus é pura doação. Seus favores somente chegam a quem merece de fato, pois entenderam o seu Santo Evangelho; mudam suas vidas. Será que com os Sagrados Orixás também não é assim? Será que para conquistar o apreço dos Orixás também não teríamos que nos reformar, nos melhorar, sermos amorosos e caridosos? Alguém (com certeza não foram Guias Espirituais da Umbanda), no passado, ensinou que para se obter favores dos Orixás bastaria agradá-los com oferendas (ou ebó). Alguém (com certeza não foram Guias Espirituais da Umbanda) ensinou que para todo problema existe uma oferenda (ou ebó) conciliatória. Atentem que nos ensinaram que para se chegar a um Orixá, deveríamos, por obrigação, realizar uma oferenda, com comidas e bebidas, senão este Orixá não se achegaria em nossas vidas. Será que é assim?
Muitos umbandistas abandonaram a religião, dizendo que cansaram de realizarem oferendas e despachos, e os Orixás nunca os ajudaram; suas vidas continuaram na mesma; nada foi resolvido; alias, piorou; gastaram o pouco que tinham.
Essa é uma tradição africana; aceita e praticada pelas religiões afro-descendentes.
A Umbanda não é afrodescendente.
A Umbanda é crística e brasileira.
Templo da Estrela Azul – Pai Juruá

CONDUTA ESPERADA

Conduta Esperada
Se formos pessoas religiosas, ou seja, se temos uma religião, espera-se de nós atitudes compatíveis com esta condição.
Em função disto já que sou umbandista, falo de minha religião e sobre o que é esperado de seus praticantes.
Muitos falam apenas na conduta esperada no médium antes e durante as sessões ou giras, mas quase nada se fala do depois da gira e normalmente o que é falado é sobre o imediatamente após a gira ou no máximo 24 horas após o término da sessão.
Não podemos e nem devemos ser umbandistas durante as 48 horas que giram em torno de uma sessão, mas sim 24 horas por dia e 7 dias por semana. Mas isso é no sentido da conduta no nosso dia-a-dia. O quanto nos preocupa a caridade, o amor, a fraternidade e o respeito pelo próximo, o quanto disto tudo faz parte de nossos corações e mentes, verdadeiramente.
Não adianta de absolutamente nada banhos, defumadores, preceitos preparatórios para as sessões, se quando a mesma termina, trocamos nossa roupa e esquecemos todas as palavras e orientações recebidas durante a sessão, saímos do centro achando que nossa missão e papel terminaram ali e conseqüentemente não aplicamos o nosso aprendizado.
A Umbanda é extremamente prática e nós temos obrigação de executarmos essa praticidade. Como? Tendo uma conduta compatível com a nossa religiosidade dentro e fora do terreiro.
As defesas de um terreiro não serão abaladas pela conduta inconseqüente de alguns médiuns, mas as defesas do médium sim. Daí advém problemas que alguns médiuns passam e ainda tem a coragem de afirmar que "tomou o banho" direitinho, que firmou o Anjo da Guarda direitinho, etc, etc... Ou ainda, o que considero pior: dizem que não merecem isso ou aquilo e que a “Banda” deles tem a obrigação de resolver!!
Desculpas! Meras e tolas desculpas, que servem apenas para ajudar a mascarar a verdade. E qual é a verdade que estou me referindo? A verdade que alguns médiuns e dirigentes acreditam que preceitos e oferendas substituem conduta moral correta, honestidade de propósitos, caridade e humildade!
Não! Em absoluto não! Não há banho, trabalho, preparo, despacho, oferenda, amaci, que substitua um coração nobre, caridoso, honesto e sincero! Para que os preceitos de Umbanda surtam efeito é fundamental a coerência entre o que está sendo feito e quem está fazendo ou recebendo.
Urge que nos tornemos aparelhos melhores. Preocupe-se menos com oferendas e mais com conduta moral. Aprenda primeiro a “oferendar-se”, pois como disse o Caboclo Pery na mensagem Oferendas Para Orixás somos a melhor oferenda que podemos dar aos nossos guias e mentores, mas eu digo, que precisamos ser dignos de sermos oferendados.
Lembre-se: somos os únicos responsáveis pelas companhias invisíveis que atraímos e mantemos. Cabe a cada um de nós respeitarmos a Umbanda através de atos nobres, corretos e coerentes com Ela dentro e fora do terreiro, pois não agindo assim, tornamo-nos os piores detratores de nossa própria religião, e para cada um de nós existe uma conduta esperada coerente com o fato de sermos umbandistas, e a intolerância e a vaidade não fazem parte dela.
Caboclo Pery

4/02/2014

RESPEITE O PRECEITO

FILHO DE FÉ,
RESPEITE O PRECEITO
PRECEITO: s.m. Aquilo que se aconselha fazer ou praticar; regra, ensinamento: os preceitos da religião. Ação de prescrever; prescrição.Religião. Norma ou mandamento.(Etm. do latim: praeceptum.i)
Toda profissão, todo esporte, toda lei, toda religião tem seus preceitos. Parece-me que a vida humana e social é regida dentre outras coisas de preceitos.
Não é diferente na Umbanda, todo umbandista do mais veterano ao mais novato sabe dos preceitos básicos para participar de um trabalho espiritual e é talvez uma das poucas coisas que são igualmente presentes em todos templos de Umbanda, diferenciando apenas um ou outro preceito mais específico de templo a templo.
Embora seja algo de conhecimento comum, observamos muitos negligenciarem preceitos fundamentais, ou seja, de fundamento.
Vivemos um período novo na Umbanda, de muita comunicação, de farta informação, estudos e acessos, no entanto, o ônus disso é muitas vezes a confusão, a dispersão ou mesmo a negação daquilo que é tradicionalmente fundamental em detrimento de uma “nova” consciência.
Hoje encontramos discursos inflamados e até mesmo bem construídos querendo desconstruir preceitos que são o que são porque foram assim ensinados pelos espíritos na Umbanda.
Alegar parafraseando Jesus, que o mais importante é o que sai pela boca e não o que entra validando comer carne e beber álcool em dias de trabalho espiritual é uma grande falta de entendimento básico sobre o que é preceito, bem como um ato de ignorância diante a mística da religião.
Sei que existem preceitos sem precedente e outros bem exagerados, talvez na minha ótica, pois não os pratico em meu Templo, porém o fato de eu não conhecer ou praticar, isso não invalida um preceito particular.
Realmente precisamos distinguir o que é preceito e o que é superstição, talvez seja aí onde nos esbarramos com muitos conflitos.
Preceitos são orientações importantes para nortear e conectar o fiel numa dinâmica mais profunda com sua espiritualidade. Muitas vezes pode parecer até purgativo e quanto mais difícil parecer um preceito, mais eficácia reflexiva ele oferece ao fiel. Pois é, na proibição daquilo que lhe é rotineiro em função de algo maior, lhe faz refletir sobre a diferença entre o Sagrado e o Profano, sobre sua capacidade de dedicação e comprometimento, sobre a sua disponibilidade em ser mais eficiente e mesmo sobre a real importância da religião na sua vida. Já vi muitos casos de pessoas se reformarem ao observar com dedicação os preceitos.
Para vegetarianos o preceito de não comer carne um dia antes do trabalho espiritual não significa nada, ele de certa forma vive este preceito todos os dias, este indivíduo não precisa abrir mão de nada neste caso, de modo que não propõe nenhuma reflexão no período.
Numa ótica litúrgica, preceitos tem portanto o objetivo que religar (religare) o fiel com o Sagrado. No entanto, como na Umbanda existem questões mais complexas, consideramos o plano das energias e todos e tudo como energias, então os preceitos contemplam as particularidades que viabilizam maior sutilização e purificação do campo energético e magnético daqueles que participam do trabalho espiritual.
Perceba que em nenhum momento digo que os preceitos servem apenas aos médiuns, embora muitos acreditam que sejam. Um erro. Os preceitos servem para todos que compõem o corpo interno de trabalhadores da Gira, ou seja, médiuns, cambones, curimba e todos com qualquer outra função que estejam participando diretamente do trabalho espiritual, portanto somente a consulência está livre das orientações preceituais.
Então compreenda que os preceitos não são opcionais e tem fundamento.
Abaixo listo alguns preceitos básicos e comuns.
Banho de Ervas – antes de ir para o Templo, tem como objetivo limpar e sutilizar o campo energético em camadas mais superficiais. O modo de preparo e as ervas a serem utilizadas é específico a cada Templo;
Carne – não comer carne 24hs antes do trabalho espiritual, no mínimo 24hs. E é todo tipo de carne. Tem como objetivo minimizar os impactos vibratórios densos mais internos ocasionados pela ingestão destes alimentos. A carne é impregnada de energia densa, por conta do sangue, muitas vezes do sofrimento no abate e criação. Sua digestão também é lenta e isso altera nosso metabolismo e faz concentrar muita energia na digestão. Após 24hs nosso campo energético já terá metabolizado este magnetismo e retomado o padrão;
Ingestão Alcoólica – o elemento etílico é potencialmente densificador vibratório e magnético, impregnando o campo áurico de uma energia desestabilizadora. Após ingerir bebida alcoólica desde que moderadamente, demora cerca de 24hs para ser metabolizado pelos chakras e o padrão vibratório se restabelecer;
Relação Sexual – evitar relação sexual 24hs antes dos trabalhos. Muitos questionam que se praticam o sexo com parceiro fixo, cheio de amor, então deveria ser revisto este preceito. Esta idéia tem como precedente uma visão errada do sexo de que seria ele algo nocivo. Mas não se trata nada disso.
A observação deste preceito se dá, pois com ou sem amor, na relação sexual o campo energético em todas escalas é inundado pela energia do parceiro, alterando completamente a estrutura magnética do seu campo vibratório, o que dificulta a fusão magnética entre as entidades e os indivíduos. Após 24hs já terá sido metabolizado e restituido o padrão magnético do indivíduo.
Existem muito outros preceitos mais específicos. Aqui pontuei superficialmente os 4 básicos que encontraremos em qualquer templo.
Sendo assim, fica o alerta para que você filho de fé da Umbanda, observe, respeite e pratique com empenho os preceitos. Isso lhe dará maior consciência religiosa, maior entrosamento espiritual e é uma das dinâmicas construtoras de uma espiritualidade religiosa mais refinada.
Ser Umbandista é contemplar em prática diária com amor, tudo aquilo que aprendemos no Templo.
Salve a Umbanda, Oxalá nos abençoe!
Rodrigo Queiroz